O escritório da Google Brasil, localizado na Faria Lima, em São Paulo, foi palco na última segunda-feira (04) do lançamento do “Pix por Aproximação”. Integrada à Google Carteira e utilizando a tecnologia NFC, essa nova funcionalidade permite que usuários realizem pagamentos com apenas uma aproximação entre o smartphone e as maquininhas de pagamento, desde que a conta esteja previamente vinculada à Google Wallet.
Desenvolvida em parceria com a Rede Itaú e testada em terminais da marca, a nova funcionalidade de pagamento por aproximação via Pix poderá ser adotada por quaisquer adquirentes do mercado que desejem oferecer essa opção a seus clientes. O lançamento contou com a presença de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.
“O Pix é a transação mais popular entre os brasileiros. Ao adicionarmos a opção de pagar com o Pix por aproximação à Carteira do Google, traremos mais conveniência e facilidade para os pagamentos em lojas físicas, impulsionando ainda mais o crescimento desse tipo de transação no país”, afirmou Natacha Litvinov, líder de negócios para Google Pay e Shopping na América Latina. Segundo ela, a novidade vai trazer “muita conveniência e muito mais facilidade”.
Natacha também explicou que o Google Pay é “uma solução de iniciação de pagamentos. Com isso, o que eu quero dizer é que não é uma conta onde você deposita dinheiro, mas sim uma solução que tenta facilitar a forma como você vai fazer pagamentos no seu dia a dia.”
Dados do Banco Central mostram que, somente no ultimo mês de setembro, mais de 5,5 bilhões de transações foram realizadas e R$ 2,4 trilhões foram movimentados via Pix.
“Os números superlativos do Pix demonstram a importância desse tipo de transação para inclusão financeira, inovação e concorrência nos serviços de pagamentos. Estamos contentes em disponibilizar ao mercado esta primeira solução de pagamento por aproximação”, avaliou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Como funciona o PIX por aproximação?
A operação inicial do Pix por aproximação é similar ao processo já conhecido pelos usuários. O cliente informa ao lojista que deseja pagar com Pix, a maquininha é configurada com o valor da transação, e a opção Pix é selecionada. Até aí, o procedimento não difere da utilização de um QR Code.
A inovação começa na etapa seguinte: a maquininha habilitada passa a emitir um sinal NFC, o que permite ao cliente aproximar o celular desbloqueado para que a transação seja iniciada. Nesse momento, os detalhes da compra, incluindo valor e informações da conta, são exibidos automaticamente na tela do smartphone, e o usuário pode confirmar os dados e seguir para o próximo passo.
Para que o Pix por aproximação funcione, é necessário que o celular tenha a tecnologia NFC e esteja desbloqueado, o que permite a comunicação entre o dispositivo e a maquininha, garantindo que a intenção de pagamento é real.
Além disso, no momento, apenas usuários de Android que possuem a Carteira do Google podem utilizar essa funcionalidade. O estabelecimento também precisa contar com uma máquina de pagamento habilitada para receber pagamentos via NFC.
Após conferir as informações, o usuário confirma a transação por meio de biometria (ou outra autenticação), e o pagamento é processado em segundos. A maquininha imprime o recibo, e tanto o cliente, quanto o lojista recebem a confirmação do pagamento, garantindo segurança e eficiência.
Desenvolvimento por trás da tecnologia
Desde agosto, o Banco Central e empresas do setor financeiro vêm trabalhando em conjunto para tornar o Pix por aproximação uma realidade. Em uma iniciativa baseada em tecnologias de código aberto, a proposta envolveu discussões com o mercado e o regulador, com foco em desenvolver uma solução viável para o ecossistema como um todo.
Essa parceria com redes financeiras permitiu que credenciais existentes fossem aproveitadas, além de garantir que a tecnologia pudesse ser usada amplamente, possibilitando que players diversos adaptassem suas maquininhas para a novidade. A primeira fase do projeto incluiu contas de instituições como PicPay e C6, e o Itaú será adicionado nas próximas semanas, expandindo as opções de vínculo com a carteira do Google.
Compras Online
Além do Pix por aproximação, o Banco Central e seus parceiros estão buscando facilitar os pagamentos online, otimizando o uso do Pix em sites e aplicativos. O método atual, que muitas vezes exige cópia de código e troca entre aplicativos, pode ser demorado e complexo. Com a nova funcionalidade, o pagamento em sites ou aplicativos será simplificado, eliminando etapas de confirmação e tornando o processo mais intuitivo.
Compras via aplicativos
Para compras realizadas dentro de aplicativos, o processo foi remodelado. Ao selecionar a opção Pix e gerar o QR Code, o cliente verá uma nova opção “Pagar com PIX”, que permite escolher a conta associada à carteira digital. Em apenas três passos — verificar valor, confirmar a conta e autenticar com biometria —, a transação é concluída.
Essa atualização já está disponível em aplicativos como Zul+, da Estapar, e em breve, também estará disponível no app do McDonald’s, oferecendo uma experiência de pagamento mais prática.
Compras no navegador
Para transações realizadas pelo navegador Chrome, a experiência foi igualmente otimizada. Ao acessar o carrinho de compras e escolher pagar com Pix, o cliente pode rapidamente selecionar uma conta vinculada, confirmando a compra com biometria.
Modo noturno e segurança
Para aumentar a segurança, a Google Wallet introduz o “Modo Noturno” nas transações realizadas entre 20h e 0h. Nesse período, apenas transações para CNPJs e para destinatários que já tenham recebido Pix do usuário via Google Wallet são permitidas, reduzindo o risco de fraudes e garantindo um nível adicional de proteção.