A Ouro Preto Investimentos continua a sua estratégia de abrir FIDCs para financiar fintechs e outras startups em seus produtos de crédito. O mais recente movimento foi a abertura de um FIDC de R$ 250 milhões para a antecipação de recebíveis em saúde, por meio de uma parceria com a healthfintech Health Mercantil.
Segundo destacou a Ouro Preto em nota, o FIDC deverá atingir o total alocado até o final de 2025, atendendo a importadores e distribuidores na antecipação de recebíveis relacionados as vendas de materiais médicos, exames e cirurgias para hospitais, clínicas, laboratórios e planos de saúde.
“Enxergamos uma oportunidade em um dos segmentos mais lucrativos da economia e, ao mesmo tempo, mais arcaicos do ponto de vista financeiro. Este fundo deverá prover o capital de giro para os fornecedores de produtos e equipamentos a hospitais e planos de saúde”, diz João Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos, em comunicado.
Conforme explica a Ouro Preto, atualmente, as operadoras de saúde são as principais pagadoras de todo o sistema. “Quando um paciente entra em um hospital e precisa realizar uma cirurgia, faz-se necessário contato com o plano de saúde para pedir autorização e seguir com os procedimentos. Todo o atendimento, medicamento e o procedimento cirúrgico são realizados, porém, o hospital e os fornecedores envolvidos receberão os valores devidos por todo o serviço prestado entre 120 e 180 dias depois”, explica a empresa, em nota.
Entretanto, segundo explica Adriano Bragança, fundador da Health Mercantil, a solução da sua companhia emprega IA e data analytics para avaliar e tomar o risco, reduzindo a quase zero as chances de fraude. “Somos os únicos do país com esta solução financeira. Antecipamos os valores e ficamos com o risco de recebimento”, explica.
De 7 para 50
Em entrevista exclusiva ao Startups em julho, João Baptista Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos, revelou que o plano da companhia é passar dos sete FIDCs atuais destinados às fintechs para cerca de 50 ainda este ano. Ao todo, a gestora possui 125 fundos – sendo 93 FIDCs – e R$ 10 bilhões sob gestão.
“O mais interessante para a gente é fazer FIDCs para créditos específicos. Por exemplo, para financiar o setor da construção civil, do agronegócio, financiamento de veículos, entre outros. Percebemos que o segmento de crédito está se tornando cada vez mais especializado, e as fintechs têm um papel fundamental nesse movimento”, disse ele, na época.
Um dos mais recentes investimentos da gestora foi na fintech GooRoo, que captou R$ 200 milhões para aumentar a sua capacidade de concessão de crédito consignado privado, com a meta de fechar o ano com cerca de 2 mil empresas conveniadas e 500 mil CPFs aptos a tomar crédito, o dobro de sua base atual.