Para Guilherme Salgado, CEO e cofundador da 3778, falar em saúde preventiva no Brasil é falar de um sistema que ainda reage mais do que antecipa. Em um setor marcado por desperdícios, custos crescentes e baixa adesão à prevenção, o executivo defende que a inteligência artificial deixou de ser promessa para se tornar um diferencial prático.
Médico de formação, Guilherme passou pela ponta do sistema de saúde, por gestão hospitalar, consultoria, banco e até por uma startup de IA generalista antes de fundar a healthtech mineira, hoje com sete anos de operação. “Eu queria gerar mais impacto em menos tempo. Atendendo na ponta, você apaga incêndio de algo que é sistêmico”, afirma.
A percepção de que os gargalos da saúde estavam na coordenação, no custo e na prevenção levou a empresa a focar no B2B, gerando a 3778. Hoje, a healthtech atua como uma plataforma independente de gestão de saúde, sem ser hospital ou operadora, o que, segundo Salgado, garante alinhamento total com o cliente.
A empresa soma mais de 400 empresas atendidas, com 23 das 100 maiores empresas do país como clientes e mais de 1 milhão de vidas cobertas, em uma rede com mais de 200 ambulatórios corporativos geridos.
Agora, segundo o executivo o próximo passo é aumentar a presença da IA na operação, empregando a tecnologia para tanto no back-office, quanto em frentes mais estratégicas, usando modelos preditivos para anlisar risco de internação, reinternação, identificação de pacientes de alto custo e classificação clínica.
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“A decisão final é sempre do profissional, mas o algoritmo ajuda a calibrar a jornada, a densidade assistencial e o custo”, explica.
Após atravessar um período mais duro do mercado de healthtech, a 3778 atingiu o breakeven e dobrou de tamanho nos últimos quatro anos. O crescimento veio com ajustes, redução de escopo em alguns momentos e foco em capital paciente — estratégia viabilizada por investidores como a LTS, ligada a nomes como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. “Demorou mais e doeu mais do que a gente gostaria, mas chegamos onde planejávamos”, afirma o CEO.
A conversa com Guilherme Salgado é a oitava de uma série especial com os Emerging Giants da KPMG. Serão 14 episódios com os nomes da turma 2025 do programa que potencializa os nomes de maior destaque do ecossistema nacional.
Os papos se aprofundam em temas de gestão, liderança e a vida dos fundadores fora do LinkedIn e são conduzidos por sócios da KPMG e pelo jornalista e fundador do Startups, Gustavo Brigatto.
O feat. dos Emerging Giants no podcast MVP vai ao ar quinzenalmente nas redes do Startups e da KPMG. Escolha a sua plataforma de preferência (YouTube ou Spotify) e clique em um dos links abaixo.
