Os últimos meses foram intensos para a Pipo Saúde. Depois de levantar R$ 35 milhões na extensão de sua rodada série A, em agosto, a healthtech celebra os resultados alcançados em 2024, a conquista de novos clientes e as expectativas para o próximo ano, reveladas em primeira mão pelo Startups.
“O ano de 2024 foi o melhor na história da Pipo”, diz a cofundadora e CEO, Manoela Mitchell. Segundo ela, os resultados foram positivos em todas as métricas: crescimento, satisfação dos clientes, eficiência operacional, engajamento dos funcionários, entre outros.
Esse avanço foi impulsionado por uma mudança estratégica adotada pela Pipo em meados de 2023. Antes voltada para pequenas e médias empresas, a startup passou a concentrar seus esforços em grandes contas – uma decisão que, de acordo com Manoela, tem se mostrado acertada. “Houve um amadurecimento do produto, das vendas e do relacionamento com o cliente. A Pipo agora entende melhor as dores e como podemos solucioná-las. Em 2025, continuaremos 100% focados nesse perfil de cliente”, afirma.
No último ano, a Pipo dobrou o faturamento no segmento de grandes empresas, enquanto o crescimento total da healthtech foi de 60%. A startup encerrou 2024 com uma receita anualizada superior a R$ 40 milhões – um crescimento de mais de 50% em relação ao ano anterior. Para 2025, a expectativa é alcançar R$ 60 milhões em receita.
“Nossa tese sempre foi ser uma corretora e gestora de saúde ao mesmo tempo, ajudando as empresas a escolher benefícios e a realizar uma gestão adequada. Este ano, vamos seguir o que já estamos fazendo e consolidar nossa posição no mercado. Hoje, a Pipo detém menos de 1% do mercado, então continuaremos investindo em crescimento e no desenvolvimento do produto”, pontua Manoela.
Um dos principais objetivos da Pipo Saúde para 2025 é tornar a operação mais ágil e eficiente, tanto para os clientes e operadoras quanto para a própria empresa. Outro foco está em ampliar a geração de valor para o cliente, posicionando-se como uma especialista em saúde que apoia o RH na gestão diária. “Queremos que todos os clientes saibam qual é o Retorno sobre o Investimento (ROI) da Pipo. Isso inclui quanto ajudamos a economizar, a melhorar a saúde dos funcionários e a aumentar o engajamento e a conscientização sobre questões de saúde”, explica.
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A empresa projeta alcançar o breakeven até o fim de 2025. “Queremos começar a gerar caixa e construir uma trajetória longa, próspera e sustentável, que permita à Pipo viver além das grandes rodadas de investimento”, revela a CEO.
Visão de mercado
Fundada em 2019, a Pipo Saúde é uma corretora de benefícios que busca simplificar e otimizar a gestão de saúde entre o RH e seus funcionários. Atualmente, a startup atende 160 grandes empresas, gerindo mais de 156 mil vidas e contratos que somam R$ 646 milhões. Recentemente, nomes como QuintoAndar, OLX, Sem Parar, Petlove, ZUP e Spread passaram a integrar sua carteira de clientes, juntando-se a empresas já atendidas como MadeiraMadeira, Buser, RecargaPay e Pernod Ricard Brasil.
O principal desafio, segundo Manoela, é conquistar novos clientes em um mercado dominado por grandes corretoras consolidadas. “Nossos maiores concorrentes são corretoras que estão no mercado há décadas ou até séculos, enquanto a Pipo é uma empresa jovem, com apenas cinco anos de história. Convencer as empresas a fazer essa troca é um grande obstáculo. Hoje, nosso maior concorrente é o status quo. Se conseguirmos atrair mais clientes para a Pipo, nosso crescimento será ainda mais acelerado”, analisa a CEO.
Ao ser questionada sobre os diferenciais da Pipo em relação ao mercado tradicional, Manoela destaca a tecnologia, a redução de 80% no tempo gasto pelos RHs com processos operacionais, o suporte de um time de saúde exclusivo para os colaboradores e a previsibilidade nos reajustes anuais. “Os concorrentes tradicionais geralmente se apoiam na confiança e no tamanho para se posicionarem como melhores. Mas a Pipo apresenta uma retenção de clientes 50% superior à média do mercado e uma taxa de sinistralidade dez pontos percentuais abaixo do setor”, enfatiza. Além disso, ela revela que, nos últimos 12 meses, a empresa gerou uma economia de R$ 50 milhões em custos de saúde evitados para seus clientes.
“Para nós, ser corretora não é o fim do negócio, mas o meio”, afirma Manoela. A empreendedora explica que a visão de longo prazo da Pipo é se tornar uma plataforma que conecta pessoas e empresas ao cuidado adequado. Na prática, isso envolve integrar cada vez mais benefícios à plataforma, ampliando as soluções oferecidas e fortalecendo o suporte aos clientes.
“Saúde é algo holístico, que engloba desde a saúde financeira até a física, passando pela saúde mental, assistencial e a atuação dos planos de saúde. Nosso objetivo é nos tornarmos o hub onde o RH faz tudo relacionado à contratação e gestão dos benefícios de saúde, e engaja os colaboradores da maneira certa”, conclui Manoela.
