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IBM é processada por discriminar mineiros em processo seletivo

Acusada de discriminar trabalhadores por sua origem, companhia diz que irá se defender firmemente contra as alegações

IBM
Processo (Foto: Canva)

Talvez você se lembre que no ano passado a IBM chamou a atenção do mercado por criar um processo seletivo que contrataria pessoas residentes em Minas Gerais. “Regras para a inscrição: não é permitida a inscrição de residentes de Minas Gerais (qualquer cidade), ainda que a posição seja remota. Isso porque, para esta vaga e por questões institucionais, a IBM não contratará pessoas que residam em MG”, dizia a cláusula.

O anúncio gerou uma série de críticas nas redes sociais e revolta de vários profissionais de TI, além de um alerta do sindicato Sindpd de São Paulo. Segundo a organização, a IBM havia perdido uma causa coletiva na Justiça mineira, que enquadrou a multinacional como uma empresa de TI no Estado, obrigando-a a pagar encargos de acordo com sua designação, inclusive retroativos.

Pois bem, agora a polêmica continua. Na última terça-feira (30), o Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação contra a IBM, acusada de discriminar candidatos de Minas Gerais em seu processo seletivo. Conforme reportado pelo UOL, a ação visa impedir a big tech de praticar “atos de discriminação a trabalhadores em razão de origem”.

A multinacional teria apresentado restrições explícitas a residentes de MG em uma listagem de emprego em setembro de 2023, alegando não aceitar moradores da região por “razões institucionais”, mesmo para trabalho remoto. Na época, o Startups noticiou o caso. A companhia não chegou a desmentir o teor do anúncio, mas afirmou que: “opera e contrata em diferentes localidades do Brasil, incluindo Minas Gerais. Nós permanecemos comprometidos com nossas operações em Minas Gerais e continuamos recrutando nesse estado”.

A recente ação contra a IBM demanda que a multinacional pague uma multa entre R$ 50 mil a R$ 100 mil, cujo valor deverá ser revertido para projetos, órgãos públicos ou entidades beneficentes. Além disso, exige o pagamento de uma indenização de R$ 20 milhões por dano moral coletivo, e pede que a empresa faça um pronunciamento público assumindo o compromisso de que não fará nenhum tipo de discriminação de trabalhadores por conta de sua origem ou residência.

Procurada pelo Startups, a IBM disse apenas que “continua contratando ativamente em todo o Brasil, inclusive em Minas Gerais”, e que irá se defender “firmemente contra essas alegações”.