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iFood teria tomado ações para frear movimento de entregadores, diz site

Segundo a Agência Pública, o iFood contratou agências de publicidade para desmobilizar entregadores. Empresa nega

Homem com mochila de entregas, segurando pizzas e olhando celular - Startups

O iFood teria contratado agências de publicidade para desmobilizar o movimento de entregadores por meio da criação de perfis falsos em redes sociais e infiltração de agentes. A informação é da Agência Pública, veículo de jornalismo investigativo independente e sem fins lucrativos.

A reportagem diz ter analisado mais de 30 documentos das campanhas e conversado com pessoas que trabalharam nas agências. Páginas como Não Breca Meu Trampo, de conteúdo político, e Garfo na Caveira, de memes, teriam sido criadas para desmobilizar grevistas, que reivindicavam melhores condições de trabalho na pandemia.

Segundo a Agência Pública, as páginas hostilizavam a organização dos entregadores, acusando o movimento de “politicagem”. “Nos meses seguintes, além de atacar as manifestações, fez oposição a projetos de lei que visavam regulamentar o trabalho dos entregadores e previam benefícios para a categoria”, escreve a reportagem.

Resposta do iFood

Fontes com familiaridade no assunto contaram ao Startups que dentro do iFood está rolando um “voto de silêncio”. “Ninguém comenta nada”, diz uma pessoa que preferiu não se identificar.

O Startups procurou a companhia para comentar as acusações. Em comunicado, a empresa afirmou que não compactua com a criação de notícias falsas.

“A respeito da matéria da Agência Pública informamos que apenas tivemos acesso aos dados citados a partir da sua publicação nesta segunda-feira.  O iFood reafirma que suas comunicações institucionais são realizadas apenas por seus canais oficiais, e que não compactua com geração de informações falsas, automação de publicações por uso de robôs ou compra de seguidores.

“Respeitamos o direito de realização de protestos e greves, mantemos diálogo aberto e constante com eles para buscar melhorias para todo o ecossistema, e não bloqueamos ou de qualquer outra forma penalizamos entregadores que participam de manifestações”, pontua. A empresa finaliza dizendo que “como medidas, o iFood se compromete a apurar todas as informações mencionadas na reportagem e atuar de forma a garantir o respeito ao seu Código de Conduta e Ética”.