Fundada por brasileiros, mas nascida na Espanha, a Numerik passou os últimos quatro anos ocupando seu espaço como consultoria em inovação e projetos em ESG, conectando grandes empresas e startups. Agora o plano da companhia é acelerar, e para isso a empresa está com sócia nova.
Débora Chagas entrou na Numerik no ano passado como Diretora de Novos Negócios, trazendo a sua experiência como executiva no Sebrae gaúcho e como Head de Startups no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, onde a Numerik possui uma de suas sedes. As outras são em Madri, onde reside a COO e sócia-fundadora Manuela Vasconcelos (COO), e em São Paulo, no Cubo Itaú, onde fica o CEO e também sócio-fundador Eduardo Lorea.
“Nosso começo foi em Madri, mas resolvemos aumentar nossa aposta no Brasil, e no pós-pandemia começamos a nos destacar mais e mais ao trazer clientes interessados em open innovation junto aos clientes dos hubs”, afirma Eduardo Lorea em entrevista ao Startups, comentando sobre o trabalho próximo que a Numerik tem com os dois hubs onde atua e tem projetos de inovação em andamento.
A nomeação de Débora como nova sócia tem muito a ver com os números de expansão que a Numerik trouxe no último ano, contando com o trabalho da Diretora de Novos Negócios – a companhia cresceu cerca de 160%, acumulando clientes como Cubo Itaú, Sicredi, Arezzo, Irani, Fundo Vale, Meta (a gaúcha, não a do Facebook), Conectar Hub, Instituto Caldeira, entre outros.
Nas palavras de Eduardo, a Numerik se posiciona como uma consultoria full service, capaz de rodar de programas de aceleração (atualmente ela possui sete em andamento, em marcas como Arezzo, Sindilojas-RS, Cubo e outros) seguido de POC (Prova de Conceito), até iniciativas de cultura interna e intraempreendedorismo.
“Neste último ano, conseguimos nos firmar junto a clientes de grande porte, com empresas que buscam trabalhar questões referentes à inovação ou ao ESG e procuram uma consultoria para auxiliar nestes projetos”, explica Débora. Atualmente, a companhia conta com cerca de 20 colaboradores.
O foco da Numerik é o de conectar grandes empresas a startups um pouco além do early stage, com produtos já desenvolvidos e que possam resultar em parcerias de negócios para ambas as partes, o que segundo Eduardo é algo bem diferente do que oferecem muitas aceleradoras que estão se aproximando de grandes empresas como parceiros de open innovation. “Desenvolvemos projetos já pensando em um rollout e desenvolvimento de solução com foco em mercado”, explica Eduardo.
Clientes grandes
Segundo o COO, um dos principais clientes na guinada da Numerik no Brasil foi o Fundo Vale, que com o apoio da consultoria se conectou ao ecossistema do Cubo Itaú para ações de fomento a ações sustentáveis e conexão com o ecossistema de startups com foco ESG.
“O mercado nacional tem umas cinco consultorias no topo do jogo em termos de inovação, e a gente chegou nesse nível rápido, por isso fomos escolhidos por nomes como o Fundo Vale“, avalia Eduardo. Segundo ele, a empresa começou com uma receita 80% proveniente de contratos internacionais (com clientes como a espanhola Globalia e Fundação Johnson & Johnson), mas agora a proporção já se inverteu.
Com o novo patamar atingido no Brasil, agora o plano da companhia é reforçar sua presença no centro do país, e focar na expertise em ESG para impulsionar este crescimento. Olhando para a lista mais atentamente, é possível perceber que boa parte dos clientes são grandes empresas gaúchas, e isso não é por acaso. Tanto Débora quanto Eduardo são gaúchos, e têm um histórico no ecossistema de negócios e inovação na região.
Além da experiência de Débora no Sebrae-RS e no Instituto Caldeira, Eduardo teve passagens pelo Grupo RBS e pela Campus Party, e atualmente ele é representante do South Summit na América Latina, fazendo a ponte entre o evento madrilenho e sua edição gaúcha que já virou data cativa no calendário do Estado. Por sua vez, Manu Vasconcelos traz à Numerik a experiência de quem atuou no Vale do Silício, coordenando iniciativas de inovação e comunidade na região, inclusive na área de ESG.
É este gancho de sustentabilidade que a Numerik quer aproveitar para impulsionar negócios com clientes nos grandes centros. “Atualmente, três quartos dos nossos projetos ainda são na área de inovação em geral, mas vamos acelerar na parte de ESG, aproveitando a demanda crescente do mercado”, aponta o CEO.
De acordo com a Diretora de Novos Negócios e nova sócia da Numerik, o momento é de aproveitar que as empresas estão fechando seus orçamentos para o ano que vem, com projetos ESG entrando na pauta. “Por isso, o foco é tanto manter os contratos grandes fechados este ano, quanto trazer mais empresas para o portfólio. Temos uma expectiva de crescer 40% a 50% para o ano que vem”, finaliza Débora.