Apesar de ter um foco bem estabelecido em negócios de impacto, nos últimos anos a catarinense Semente Negócios acabou fazendo de tudo um pouco. Especializada em inovação aberta, a empresa conduziu projetos de aceleração para empresas, ao mesmo tempo que implementou iniciativas de inovação aberta em outros clientes. Entretanto, este ano a companhia viu a necessidade de separar melhor estas verticais – e a partir de uma joint-venture com a conterrânea Innoway, foi o momento ideal para fazer isso.
Com a novidade, a Semente renomeou a sua vertical de consultoria, agora chamada Innoway by Semente, somando a expertise da Innoway em inteligência de dados e o seu histórico em implementação de projetos de inovação. Segundo a companhia, isso permitirá o aumento da capacidade de entrega de ambas as empresas – e a meta é atingir mais de mil organizações no próximo ano.
“Agora focamos em uma implementação ainda mais baseada em dados, com um diagnóstico baseado em IA. Somamos os mais de 250 consultores credenciados com proposta de inteligência e cultura de inovação com a ciência de dados da Innoway, que possui uma base de mais de 350 organizações. Criamos uma combinação muito potente para qualquer marca que queira inovar de forma efetiva em temas de impacto”, comenta César Costa, CEO da Semente Negócios.
De acordo com o CEO, para os próximos meses, a Innoway by Semente planeja implementar mais de 50 projetos de estratégia e execução de inovação, ESG e educação. A novidade vem cerca de um ano depois da Semente realizar um aporte de R$ 500 mil na Innoway.
Segundo o CEO, a aceleradora ainda é a vertical que representa o maior volume de negócios – a empresa já conduziu iniciativas para clientes como iFood, Natura, Sebrae e outros. Entretanto, a união de forças com a Innoway tem um grande potencial para mudar isso.
“Um dos feedbacks na Innoway é que, no lado deles, faltava a parte de implementação, e agora estamos endereçando este gargalo, somando diagnóstico e implementação”, explica César.
Organizando de dentro para fora
A Innoway by Semente é uma de três verticais abaixo do guarda-chuva do grupo – as outras são a Semente Aceleradora e o Instituto Cória, que promove iniciativas de acesso ao empreendedorismo. Segundo César, é um plano que foi desenhado e implementado desde o começo do ano, desde que ele se tornou CEO do grupo.
“São unidades que já operavam em paralelo na Semente, e já tinhamos organizadas internamente. Entretanto, da porta pra fora isso ainda não estava bem claro para os clientes. Embora a gente trabalhe com inovação e impacto de forma transversal, cada uma dessas unidades faz um trabalho diferente”, revela César, detalhando um pouco mais a mudança de posicionamento de sua empresa.
Segundo o CEO, os resultados já estão aparecendo. “Já estamos observando como nossa interlocução com o mercado está mudando, e queremos intensificar esse posicionamento como marca, resgatando mercados como o gaúcho e catarinense”, pontua.
Aliás, na parte de aceleração, a Semente também está se preparando para novos passos, indo um pouco além dos projetos sob demanda para empresas. “Nestes trabalhos, em muitos casos startups nos procuravam para continuar a aceleração, mesmo depois dos seis meses previstos pela empresa contratante, mas não tínhamos um produto a oferecer”, revela.
Pensando nisso, a companhia criou o está preparando uma iniciativa própria – chamada Eleva, que prevê 24 meses de incubação para as startups selecionadas, com chamadas a cada seis meses. “Queremos lançar a primeira chamada em janeiro, olhando para startups de Porto Alegre”, revela César, adiantando que algumas empresas (como a Atitus Educação) e entidades (como o InovaPOA), já entraram como financiadores.
Entretanto, a Semente já tem planos de seguir com o Eleva para outras localidades, e já está negociação com empresas e entidades interessadas em levar a iniciativa para fomentar a inovação em cidades como Passo Fundo (cidade no interior gaúcho onde a Atitus tem um polo voltado ao agronegócio)), Porto Velho (Rondônia) e Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso.