
Parece que não avançou, mas avançou. Essa é a conclusão ao observar a posição atual do Brasil no ranking global de ecossistemas de inovação. Segundo o estudo Global Startup Ecosystem Index 2025, levantamento internacional feito pela StartupBlink com apoio de empresas como Siemens, Crunchbase e Semrush, o Brasil repetiu a posição obtida no mesmo ranking em 2024. Este ano, o país está em 27º lugar, atrás da Áustria e à frente da Itália.
Entretanto, olhando para os dados, as coisas parece um pouco melhores. De acordo com o levantamento, o Brasil anotou de 2024 para 2025 um crescimento de 21,7% em seus ecossistemas de startups. Além disso, o número de cidades brasileiras no top 1000 global subiu de 25 para 28 cidades, sendo que mais de 60% dessas cidades melhoraram sua posição no ranking.
Com estes dados, o país segue na liderança em comparação com outros ecossistemas latino-americanos. A bem da verdade, no Top 10 da América Latina, cinco ecossistemas são brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e capital gaúcha, que subiu 10 posições e tirou Montevidéu do ranking.
A principal rival regional, a Colômbia, possui apenas 2 cidades no top 10 sul-americano – Bogotá e Medellin.
Para Pedro Valério, diretor do Instituto Caldeira, principal hub de inovação em Porto Alegre, a entrada da capital gaúcha no Top 10 latino-americano, é um reflexo significativo da da articulação que vem se consolidando no ecossistema de inovação do Rio Grande do Sul, incluindo iniciativas como o Caldeira e o South Summit.
“Apesar dos muitos desafios enfrentados nos últimos anos, estamos testemunhando um fortalecimento contínuo de parques tecnológicos, hubs de inovação e iniciativas que buscam fomentar o empreendedorismo em diferentes regiões do estado, um movimento que tem se mostrado resiliente e cada vez mais maduro. Mais do que um crescimento quantitativo de startups, o que se percebe é uma evolução qualitativa na forma como a inovação é compreendida e aplicada. Isso nos dá confiança de que estamos construindo um ambiente fértil para o surgimento de soluções relevantes, competitivas e com potencial de impacto global”, afirma o executivo.
Destaques em inovação
Para a surpresa de ninguém, São Paulo se manteve como a principal cidade brasileira no ranking, ocupando o 23º lugar global, liderando no ranking da América Latina. É um ecossistema 8 vezes maior que o segundo brasileiro na lista, o Rio de Janeiro, que ficou no 147º lugar no ranking, ultrapassando Curitiba, que mesmo com um crescimento de 8,5% caiu 12 posições e ficou em 149º lugar.
Campinas foi a cidade com maior crescimento percentual do país (208,9%), subindo 210 posições e agora é a 8ª nacional. Joinville também fez bonito no ranking de inovação, subindo 108 posições entrando no Top 10 brasileiro em 9º lugar, com um crescimento de 84,4%. Rio do Sul fez a estreia mais alta entre cidades brasileiras, entrando diretamente em 734º no mundo.
Com a escalada de Joinville e Campinas, quem perdeu posições foi Recife, que caiu para o 10º lugar no ranking nacional. Já Florianópolis, conhecida como a “Capital Brasileira das Startups”, subiu cinco posições no ranking global (278º lugar) e manteve o sexto lugar no ranking nacional.
“Florianópolis já é um ecossistema consolidado e reforça isso ao subir cinco posições no ranking mundial, enquanto Joinville desponta como um case de crescimento e descentralização, ao registrar um dos maiores crescimentos e subir 108 posições mundialmente. Trata-se do resultado de um esforço desde os anos 1980 de busca por tecnologia e inovação, aliados aos potenciais industriais de Santa Catarina e uma parceria efetiva entre empresas, associações e poder público”, avalia Diego Brites Ramos, presidente da ACATE, em nota.