O banco BV segue evoluindo suas estratégias de negócio e inovação para fortalecer seu ecossistema e conectar cada vez mais pessoas, produtos e serviços financeiros. Recentemente, o banco decidiu reunir suas estratégias de inovação sob uma bandeira única, o ecossistema BVx, que concentra e consolida o que a companhia já vinha fazendo e o que está por vir.
O BVx engloba, por exemplo, as iniciativas de banking-as-a-service, corporate venture capital, open innovation, Open Finance, dinheiro do futuro e o relacionamento com o ecossistema. “A ideia é não olhar de forma separada para o CVC ou a inovação aberta. É um corpo, um único organismo vivo que interliga todas as frentes de inovação”, afirma Eduardo Brussi, co-head de M&A, CVC e Gestão de portfólio no banco BV. Na prática, isso significa que uma estratégia de inovação está fortemente conectada e próxima da outra e, juntas, elas se complementam para elevar a potência e a geração de valor da organização.
“O open innovation talvez seja uma das principais formas de trazer leads do topo do funil para dentro do corporate venture capital. As ações de inovação aberta fazem um filtro importante para quando chegar a hora do CVC, já termos feito algum trabalho e alguma análise, e avaliar se algo é passível de investimento”, diz o executivo.
Antes de investir, o banco costuma adotar a estratégia de primeiro criar uma hipótese de negócio e testá-la na prática para, depois, assinar o cheque. “Digamos que o objetivo seja diversificar a carteira de crédito e encontramos uma startup que poderia nos ajudar com isso. Gostamos de testar a hipótese antes para entender de que forma a empresa pode apoiar o BV, e nós a ela. Se a hipótese for confirmada, aí podemos fazer o investimento”, explica Flávio Barcala, co-Head de M&A Proprietário, Corporate Venture Capital e Gestão de Investidas no banco BV. A estratégia, segundo o executivo, permite que o banco mitigue riscos.
Como exemplo desse movimento, ele cita a Dr.Cash, fintech de crédito para pagamento de tratamentos médicos, estéticos e odontológicos. Em dezembro/22, a startup concluiu sua rodada série A, liderada pelo braço de CVC do BV. Com o investimento, de valor não revelado, o banco tornou-se sócio minoritário da companhia, que foi avaliada em R$ 175 milhões após a rodada.
“Antes de realizarmos o investimento na Dr.Cash, o banco fez mais de 15 parcerias na área da saúde, e aportamos no parceiro que tinha mais fit conosco em termos de produto e forma de pensar. Hoje, conseguimos atacar o ecossistema de saúde financiando procedimentos por meio dos parceiros. Isso ilustra a importância do open innovation na estratégia de CVC, porque sempre há um misto entre investimento e parcerias”, ressalta Eduardo.
Extração de valor
Após a onda de bonanças em 2021 e os ajustes do último ano, Eduardo Brussi observa no momento atual uma volta da racionalidade e do dry powder, ou seja, o capital comprometido que ainda não foi investido pelos fundos. “Os fundos estão muito capitalizados. Com os valuations voltando à normalidade e com a diminuição da volatilidade do mercado, o mercado está se reaquecendo de uma forma mais racional. Isso permite que os fundos de venture capital voltem à ativa e que as startups consigam captar seus recursos”, avalia.
Ainda assim, o momento atual do banco BV é muito mais de consolidar os investimentos realizados do que fazer novos aportes. “Fizemos diversos investimentos ao longo dos anos. Alguns já passaram pela etapa de desinvestimento, mas outros seguem na nossa carteira, inclusive aumentamos nossa posição nos que mais deram certo. Hoje, nosso foco está muito mais em extrair valor dos investimentos já realizados do que realizar uma grande quantidade de novos investimentos”, explica Flávio Barcala.
Atualmente, o banco BV possui uma carteira de crédito de R$ 84,8 bilhões, da qual metade representa nossa principal atividade – o financiamento de carros usados. Cerca de 30% da carteira equivale ao financiamento de grandes instituições, e os 20% restantes ao empréstimo para pessoas físicas em outros produtos além do financiamento de carros usados.
Os aportes de CVC fazem parte de um planejamento estratégico do banco para endereçar diferentes metas e objetivos, que podem mudar com o passar do tempo. “Todos os investimentos que a gente faz visam endereçar algumas frentes, seja fortalecer nossa atividade principal, diversificar a carteira, obter maior quantidade de clientes ou trazer novas capabilities para fortalecer todo nosso ecossistema”, diz Flávio. “As metas do corporate venture capital são mutantes e serão diferentes dependendo do momento das investidas e da instituição, além da maturidade do nosso programa de inovação como um todo.”
“Diante de todo esse trabalho do planejamento estratégico, a gente recebe uma bússola que direciona o nosso olhar. No ano passado, olhamos mil companhias, mas a cada ano nossa meta muda”, acrescenta Eduardo. Esse é justamente o conselho que ele deixa para instituições que desejam criar seus veículos de corporate venture capital. “Tenham um planejamento amplo de inovação que constitua um trabalho conjunto com open innovation, CVC, um relacionamento com o ecossistema e velocidade, que é muito maior no mundo das startups do que as big corporates estão acostumadas”, conclui.