Inovação

Cubo Itaú abre primeira sede fora do Brasil e mira expansão LatAm

Hub dá início à internacionalização com sede no Uruguai para impulsionar ecossistema na América Latina

Cubo Itaú
Cubo Itaú (Foto: Divulgação)

Em julho, o Cubo Itaú deu um passo importante para consolidar ainda mais sua presença na América Latina, com a abertura de sua primeira sede internacional. Segundo Juan Manuel Porcaro, regional manager do Cubo LatAm, a nova operação, situada no Uruguai, promete ser um catalisador para o ecossistema local de startups e uma plataforma para conectar empreendedores e corporações em toda a região. 

“Sabemos que o Cubo é um conector dos principais atores do ecossistema, e estamos conscientes de que há muito talento a ser desenvolvido na região. Acreditamos que o Cubo pode acelerar a transformação da América Latina, aumentando a competitividade, acelerando o desenvolvimento das indústrias e oferecendo mais oportunidades para os talentos locais”, afirma Juan Manuel, em entrevista ao Startups.

A escolha do Uruguai para sediar a primeira operação do Cubo fora do Brasil não foi por acaso. De acordo com o executivo, o país se destaca pelo ambiente favorável ao desenvolvimento de negócios e pela estabilidade macroeconômica, além de ser o terceiro maior exportador de serviços per capita no mundo. “O Uruguai é um mercado pequeno com um coração gigante. Toda empresa que nasce no país busca desenvolver, atender e oferecer soluções em escala global”, comenta. 

Além de fortalecer a operação local, o Cubo Uruguai pretende atrair startups, investidores e empresas de fora da América Latina que buscam fazer seu soft landing na região. “Acreditamos que o Uruguai seja a jogada mais inteligente para que o ecossistema do Brasil participe e capture oportunidades de negócios no restante da América Latina. Há atores de fora da região avaliando a possibilidade de entrar pelo Uruguai devido à estabilidade, ao bem-estar e ao grande talento tecnológico disponível”, destaca o regional manager.

One Cubo LatAm

Segundo Juan Manuel, a expansão também traz reflexos positivos para o ecossistema brasileiro, que agora passa a contar com mais uma ponte para se conectar a outros mercados. O intuito é posicionar o Cubo Itaú como um catalisador da transformação e do desenvolvimento regional, promovendo a integração de todo o ecossistema de inovação em um modelo que ele define como “One Cubo Latam”.

“O Cubo Uruguai é uma extensão da operação do Brasil, e faz parte do projeto One Cubo Latam. Somos a mesma empresa, com os mesmos valores de omnicanalidade. Para nós, é importante que, dentro do Uruguai, os processos de curadoria, os processos de admissão e a proposta de valor que estamos entregando sejam os mesmos”, explica.

O conceito de “One Cubo Latam” reforça a visão de uma rede interconectada de inovação, onde todas as operações do Cubo na América Latina — sejam no Brasil, Uruguai ou em futuras sedes — trabalham em sinergia para ampliar as oportunidades e o impacto das startups locais e regionais. Com o “One Cubo Latam”, startups brasileiras que integram o Cubo ganham acesso direto a mercados estratégicos como o uruguaio, e vice-versa. 

Juan Manuel Porcaro, regional manager do Cubo LatAm
Juan Manuel Porcaro, regional manager do Cubo LatAm (Foto: Divulgação)

Os primeiros passos

Juan Manuel descreve os primeiros meses de atuação do Cubo Uruguai como desafiadores, porém promissores. “Tem sido um processo muito bonito. O Cubo se apoia em seus mais de nove anos de experiência com playbooks muito concretos, e acreditamos que os valores já construídos nos permitem nos conectarmos e nos relacionarmos bem com todos os atores do ecossistema local”, avalia.

O Cubo Uruguai já possui cerca de 35 pré-acordos com startups e parceiros locais. “Estamos convidando as pessoas para fazerem parte da comunidade e, assim, acelerar o crescimento de suas empresas. O soft landing no Uruguai tem sido vibrante, e o hub tem sido muito bem recebido pela cena local”, acrescenta o regional manager.

Segundo o executivo, o foco inicial será mais na qualidade das conexões e do impacto gerado, e menos no número de startups que se juntarem à comunidade. “Estamos muito comprometidos em acompanhar o desenvolvimento da inovação e da transformação digital nas grandes corporações, e queremos trazer fundos de venture capital que ajudem a posicionar o Uruguai como um polo de inovação na região”, afirma Juan Manuel.

Atualmente, o modelo de investimento predominante no país é o investimento-anjo, com foco nos primeiros cheques e nas startups em fases iniciais. “Quando o empreendedor uruguaio precisa de cheques maiores, a partir da série A, normalmente tem que buscar fundos estrangeiros. Antes, isso era uma dor enorme. Hoje, temos atores e parceiros mais próximos”, observa.

“Há muita oportunidade para o mercado uruguaio amadurecer e desenvolver seus próprios fundos de venture capital, além de termos cada vez mais fundos internacionais aportando dinheiro na região. Nos últimos dois anos, lançamos as iniciativas de AI e ESG no Cubo, com o intuito de democratizar o conhecimento entre os nossos membros na América Latina – e já estamos prontos para lançar o hub de deeptech”, conta o executivo.

Segundo Juan Manuel, o objetivo agora é fazer com que a operação no Uruguai seja um grande sucesso. “A prioridade é posicionar bem o Cubo no ecossistema uruguaio e ajudar os empreendedores a levarem suas empresas para o próximo nível. Se isso se confirmar, quem sabe possamos abrir novas sedes pela América Latina”, diz, sem dar mais detalhes sobre o avanço do Cubo Itaú pela região.

O Cubo Itaú foi fundado em São Paulo, em 2015, como um hub de inovação tecnológica que conecta startups a corporações, investidores e empresas parceiras para gerar negócios. Hoje, são mais de 500 startups no portfólio, que desenvolvem soluções para mais de 25 segmentos de mercado.