Carro voador

Eve recebe 2 aportes milionários do BNDES em menos de 2 meses

Depois de levantar R$ 500M para tocar sua fábrica, empresa captou mais R$ 200M para acelerar desenvolvimento de "carro voador"

Eve Air Mobility continua captando para entregar seu "carro voador". Foto: divulgação
Eve Air Mobility continua captando para entregar seu "carro voador". Foto: divulgação

A Eve Air Mobility, empresa especializada no desenvolvimento de veículos aéreos elétricos de decolagem vertical (eVTOL), anunciou nesta segunda-feira (2) que recebeu uma linha de crédito de R$ 200 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O montante será destinado à fabricação dos próximos protótipos dos eVTOLs, com o objetivo de avançar no desenvolvimento de seus “carros voadores” para 2025.

Em menos de dois meses, esse é o segundo financiamento do BNDES na Eve. O primeiro financiamento, de R$ 500 milhões, aconteceu em outubro desse ano e foi voltado para a construção de um complexo de produção em Taubaté, interior de São Paulo. O segundo, com recursos do Fundo Clima – que é o mais recente – será utilizado para a produção dos próximos protótipos e para a campanha de testes da aeronave.

“O apoio contínuo do BNDES é fundamental para o avanço do nosso programa de eVTOL e a transição do desenvolvimento do protótipo para a certificação e a produção. Este financiamento fortalece ainda mais nossa posição financeira e fornece os recursos necessários para atingir nossos principais marcos, incluindo a certificação e a comercialização do nosso eVTOL”, disse Johann Bordais, CEO da Eve, em nota.

Essa nova fase de investimento dá continuidade ao impulso iniciado em 2022, quando a Eve recebeu R$ 490 milhões para pesquisa e desenvolvimento. Além disso, o financiamento é complementado por um recente aporte de US$ 50 milhões do Citibank, ambos focados em apoiar o desenvolvimento do eVTOL da empresa.

 “Este investimento é um voto de confiança na visão da Eve e fortalece a nossa posição de liderança no mercado de mobilidade aérea urbana. Nossa gestão de capital disciplinada e base financeira aprimorada fornecem a estabilidade e os recursos necessários para executar nosso plano estratégico de longo prazo”, acrescentou Eduardo Couto, CFO da Eve.

Focada em acelerar a entrega de seu “carro voador”, a Eve tem acumulado investimentos este ano. Além dos aportes anunciados nos últimos dois meses, em julho a companhia fez uma emissão de ações, aumentando seu market cap junto à Embraer e Nidec (outra de suas investidoras), para captar US$ 94 milhões.

O cronograma é apertado. Segundo prevê a companhia, o protótipo (que já foi revelado este ano) deve iniciar sua fase de testes no ano que vem, e fazer seus primeiros voos oficiais em serviço em 2026. A demanda pelos veículos já existe, pois a carteira de pedidos da Eve soma US$ 14,5 bilhões, com encomendas de 2,9 mil eVTOLs feitas por 30 clientes distribuídos em 13 países.

Para isso a companhia quer acelerar seu plano da fábrica em Taubaté, para o qual a companhia levantou outros R$ 500 milhões em outubro. Com uma produção total esperada de até 480 aeronaves por ano, a Eve planeja expandir a capacidade de produção do local em uma base modular, em quatro fases de 120 aeronaves cada. A empresa não falou a data de previsão para concluir estas fases.