
No 7º andar de sua sede em São Paulo, a Oracle montou o que os aficionados por tecnologia podem considerar um parque de diversões de novas tecnologias.
Em 10 diferentes áreas, é possível experimentar roupas usando um provador virtual, fazer as compras de comida sem ter que passar no caixa, fazer check in em um hotel e deixar o quarto customizado para as suas preferências, ou inspecionar, remotamente, um canteiro de obras.
A visita é guiada por uma assistente virtual batizada de Cora, que está onipresente ao ser chamada em voz alta, e que também pode ser acessada por meio de um robô concierge que circula pelo espaço. Os simuladores de Fórmula 1 da Oracle Red Bull Racing, que fazem sucesso nos eventos que a companhia participa, também estão por lá. Dá também para gravar um podcast e ter o material editado e com cortes gerados por inteligência artificial para diferentes plataformas.
Apesar de lúdico, o Oracle Innovation Center (OIC) não tem nada de brincadeira. O objetivo do espaço é mostrar o potencial de tecnologias disponíveis atualmente no mercado – com a AI como cola que liga tudo isso – e gerar negócios. “É um espaço onde não queremos usar PPT”, brinca Marcelo Pivovar, mais conhecido como Pivo, CTO da Oracle, e responsável pelo espaço.
Segundo ele, o OIC será um ‘laboratório de futuros’, onde clientes e o ecossistema circulam para conhecer e testar novidades e também criar novas possibilidades. A Oracle colcou 15 profissionais para trabalharem dedicados no OIC, e o espaço tem uma área maker, onde podem ser desenvolvidos protótipos. Um detalhe: toda estrutura do OIC é sustentada por 20 GPUs Nvidia que rodam na nuvem da Oracle.
Mas não é só Oracle
E não são apenas tecnologias Oracle que estão disponíveis no OIC. Cada área foi criada em parceria com outras empresas. São 40 parceiras atualmente. Na lista estão nomes consolidados como Zebra e Selbetti, mas também empresas novatas como Tractian, Sofya e Doris.
Na verdade, as startups são metade dos nomes atuais e a ideia é fazer mais conexões entre elas e os clientes da Oracle aproveitando o programa Oracle for Growth, garante Alexandre Maioral, vice-presidente de IA e alta tecnologia da Oracle para a América Latina. “Está todo mundo saindo de um modelo de fazer tudo e indo para a inovação aberta. Parcerias com empresas que se complementam. E é esse o sonho realizado no OIC”, complementa.
De acordo com ele, a fila de interessados em estar no centro já chega a 100 empresas. E ele será mesmo dinâmico. Mudando sempre. “Quem puder pode vir aqui todo mês verá coisas diferentes”, convida Pivo. Também estão previstas parcerias com universidades e escolas. Um dos acordos já feitos é com a Design Tech School, ou d.tech, localizada dentro do HQ da Oracle em Redwood, na Califórnia.
O centro em São Paulo é o quarto do tipo montado pela Oracle no mundo. Os outros três estão instaladas nos EUA, na Austrália e no Reino Unido. O projeto nasceu exatamente três anos depois da criação da Loja Conceito, um espaço que tinha um objetivo semelhante de demonstração de tecnologias, mas voltado apenas ao setor do varejo.
Durante o seu tempo de operação, a loja recebeu mais de mil visitas, que geraram mais US$ 100 milhões de oportunidades de projetos. Deste montante, 20% foram de fato convertidos em receita. Um retorno bem interessante para o investimento feito.