Inovação

The Next Big Thing LatAm: as principais tendências em tech para 2024

Democratização da portabilidade e uso da IA na detecção de fraudes em saúde são algumas das perspectivas, segundo a pesquisa anual

Foto: Canva
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Quais serão as principais tendências em tech em 2024? Para responder a esta questão, nada melhor do que investidores, empreendedores e pessoas relevantes no ecossistema da América Latina compartilharem suas perspectivas para o ano. Nesta terça-feira (19), é lançada a segunda edição do The Next Big Thing LatAm, pesquisa anual de tendências em tech na região.

O compilado foi criado no ano passado por Julia de Luca, responsável pela cobertura global de fundos de growth e venture capital no Itaú BBA, e Lucas Abreu, venture capital investor. Nesta edição, dos 43 Thought Leaders que participaram, 17 são empreendedores, outros 17 investidores, além de quatro executivos, quatro creators e um político.

“A motivação do relatório é muito juntar essas cabeças pensantes, entender o que elas vêm olhando pra frente, e usar esse material como uma oportunidade para espalhar para o mundo tudo o que está sendo pensado e feito por aqui”, ressalta Julia, em conversa com o Startups.

Para Lucas, tiveram algumas projeções citadas que lhe chamaram mais atenção. “Além da inteligência artificial, que é a protagonista e impacta todas as indústrias, outro ponto que chamou muita atenção foi em relação à saúde. O Next Big Thing é justamente a melhoria operacional e de eficiência desse setor, que hoje passa por um sistema de estresse gigantesco das operadoras e dos hospitais, inclusive dos pacientes”, pontua.

Julia de Luca, do Itaú BBA, e Lucas Abreu, VC investor criadores do The Next Big Thing LatAm (Foto: Divulgação)
Julia de Luca, do Itaú BBA, e Lucas Abreu, VC investor, criadores do The Next Big Thing LatAm (Foto: Divulgação)

Confira abaixo alguns dos insights:

(Para ler o relatório na íntegra, acesse este link)

Negócios – Diego Barreto, VP de Finanças e Estratégia do iFood

A próxima grande tendência é a democratização da portabilidade, já presente nas indústrias financeira, de telecomunicações, entre outras. No Brasil, tanto o Executivo quanto o Legislativo compreenderam os benefícios de permitir que cidadãos e empresas tomem decisões, uma vez que possuam um ativo. O uso da portabilidade como ferramenta reduz enormemente as barreiras de entrada e, portanto, aumenta a concorrência, obrigando as empresas a investirem mais em UX e CX. 

Growth Capital – Carlos Ramos de La Vega, diretor de venture capital da Lavca

A próxima grande tendência na tecnologia da América Latina é o aumento do interesse na consolidação horizontal, impulsionado por startups bem capitalizadas alocando recursos para oportunidades de crescimento inorgânico. A consolidação também representará uma oportunidade para as empresas já estabelecidas se associarem a talentos de alta qualidade e adquirirem tecnologias atraentes para complementar seus negócios principais, possibilitando, potencialmente, eventos de liquidez para investidores de estágio inicial em todo o ecossistema.

Saúde – Manoela Mitchell, co-fundadora e CEO da Pipo Saúde 

A próxima grande tendência é a utilização de IA na detecção de fraudes em saúde, que se apresenta como a maior oportunidade para redução de custos. Os gastos com saúde no Brasil aumentaram 20% ao ano, e as fraudes representam 10% desse montante. Além disso, está em curso uma mudança cultural, com um foco crescente na penalização de práticas fraudulentas por parte de beneficiários e prestadores de serviços, criando o momento perfeito para a mudança.

Mídia – Leandro Souza, gaúcho ponta firme e editor da newsletter do Startups

A próxima grande tendência para os meios de comunicação em 2024 é a inteligência artificial. Mas isso não era a próxima grande tendência neste ano? Na minha visão, ainda não vimos nada. Como indicam muitos especialistas, 2024 será o ano em que a IA deixará de ser apenas uma palavra da moda e um “brinquedo” em um parque de ideias, para realmente se estabelecer como parte fundamental de projetos inovadores. No caso dos meios de comunicação, será o ano de entender como uma variedade de ferramentas se tornarão parceiras de trabalho e não substitutas para profissionais, e como podem operar a favor de conteúdos mais personalizados, criativos e envolventes – e não o contrário. Isso também criará um grande desafio para a cobertura das eleições nos EUA. O abuso de ferramentas de IA para manipular a opinião pública por meio de notícias falsas, vídeos e imagens forçará as redações a prestarem atenção extra a tudo o que veem, leem ou ouvem.

Varejo – Marcelo Lombardo, co-fundador e CEO da Omie

O e-commerce B2C e B2B é fundamentalmente diferente: enquanto o B2C se concentra em atrair o maior número possível de audiências, o e-commerce B2B deve fornecer uma experiência mais personalizada e restrita, uma vez que os vendedores B2B geralmente mantêm diferentes listas de preços, métodos de pagamento e cotas de compra para diferentes clientes. Além disso, as plataformas de e-commerce B2B não devem ser totalmente indexadas pelo Google, porque fabricantes e revendedores geralmente não querem expor os preços aos consumidores (clientes de seus clientes).