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Inspirado no SXSW, SP2B traz Hugh Forrest para criar megaevento em São Paulo

O SP2B estreia em 2026 no Parque Ibirapuera, com conteúdo, negócios, cultura e experiências imersivas

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Hugh Forrest e Rafael Lazarini
Hugh Forrest e Rafael Lazarini do SP2B (Foto: Gabriel Vasco)

O São Paulo Beyond Business (SP2B) ganhou o reforço de peso de Hugh Forrest, ex-líder da organização do South by Southwest (SXSW), para sua primeira edição em 2026. O executivo norte-americano, responsável por transformar o festival de Austin em uma das maiores referências globais em inovação, passa a integrar o time de gestão e curadoria do projeto idealizado por Rafael Lazarini, fundador da DA2O.

Previsto para acontecer entre 9 e 16 de agosto de 2026, no Parque Ibirapuera, o SP2B nasce como um evento de escala global, inspirado no SXSW, mas com identidade própria. “São Paulo é reconhecida como motor econômico e centro financeiro, mas queremos apresentá-la ao mundo de uma perspectiva diversa, que vai além dos negócios, reunindo cultura, arte, entretenimento e conexões humanas”, afirmou Rafael durante coletiva de imprensa no último domingo (17).

Segundo o idealizador, o SP2B busca romper com o modelo tradicional de eventos do ecossistema, que se concentra em startups de tecnologia, founders e fundos de venture capital. A proposta é ampliar a conversa para todo o mercado empreendedor, incluindo PMEs, empresas tradicionais, executivos e gestores, além de diferentes fontes de investimento – de private equity a grandes bancos.

“Enquanto o ecossistema de startups já está muito bem servido por outros eventos, o pequeno e médio empresário brasileiro enfrenta uma jornada solitária. O SP2B quer ser um espaço de troca para todos os empreendedores”, completou.

O evento ocupará diferentes pontos do Parque Ibirapuera, como o auditório, a Oca, o Museu Afro Brasil e o planetário, com mais de 20 palcos, 2 mil palestrantes, 750 painéis e cerca de mil horas de conteúdo. A expectativa é reunir até 5 mil pessoas apenas na plenária principal, montada no estacionamento do MAM.

A programação será dividida como se fossem “linhas de metrô”, guiando os participantes por diferentes experiências de conteúdo, negócios, rodadas de pitch, cultura, gastronomia e arte interativa. O calendário ainda prevê atividades temáticas: de segunda a sexta, voltadas a negócios e networking; no sábado, dedicadas a empreendedores e criadores periféricos; e, no domingo, um festival gratuito de música, audiovisual e artes imersivas.

Alma do SXSW, mas assinatura própria

A trajetória do SP2B começou há quatro anos, quando Rafael negociava trazer a primeira edição latino-americana do SXSW para São Paulo. Segundo o executivo, chegou-se a discutir até o nome SXSP, em vez de SXSW São Paulo, com o intuito de dar ao evento uma assinatura própria, e não apenas fazer parte de uma franquia.

No entanto, o projeto foi colocado em pausa. “O SXSW estava com muitas frentes abertas e, em meio a alguns ajustes, decidiram segurar a expansão global, com a possibilidade de retomarmos as conversas somente em 2027”, contou Rafael.

A pausa na negociação não impediu o avanço do projeto: a equipe decidiu não esperar e criar algo independente, pensado em São Paulo, mas com ambição global. Agora, com Hugh Forrest e Tracy Mann, uma das principais embaixadoras do Brasil no SXSW, no time, o evento pretende se consolidar como a principal plataforma de inovação da América Latina. “O SP2B não tem a marca do SXSW, mas tem a alma dele”, acrescentou Rafael.

Hugh Forrest destacou a importância de criar um evento que reflita os pontos fortes da cidade, em vez de replicar o modelo de Austin. “O sucesso não virá de tentar duplicar o SXSW no Brasil, mas de entender os pontos fortes de São Paulo e construir algo enraizado nesse ecossistema”, disse. O executivo entra no time de gestão e curadoria do SP2B.

Para ele, eventos como o SP2B têm papel central em gerar conexões presenciais em um mundo cada vez mais digital: “Podemos ensinar, inspirar e ajudar as pessoas a maximizar seu potencial. Os encontros presenciais são onde acontecem as conexões mais significativas”.

Hugh Forrest e Rafael Lazarini
Hugh Forrest e Rafael Lazarini (Foto: Gabriel Vasco)

Plataforma contínua

Além do festival anual, o SP2B também será uma plataforma ativa ao longo de todo o ano. A iniciativa “Made in Sampa” quer impulsionar empreendedores paulistas e paulistanos com eventos contínuos, ativações em universidades, roteiros gastronômicos e intervenções urbanas.

“São Paulo concentra mais de 3,8 mil startups e 360 mil empresas de tecnologia. O potencial está dado. Agora, a questão é como ampliar ainda mais esse sucesso e transformá-lo em oportunidade de emprego e renda, que é a melhor ferramenta para reduzir desigualdades sociais”, disse Rafael.