A Pitzi surgiu em 2012, quando a primeira onda de grandes startups brasileiras estava decolando, com uma proposta que na época parecia pouco interessante: a de seguros para eletrônicos. 13 anos depois, a companhia segue firme em sua proposta, mas agora quer aproveitar um mercado aquecido para acelerar seu crescimento – e para isso até trocou de CEO.
A empresa trouxe para a sua liderança Felipe Mendes, executivo com mais de 30 anos de experiência no setor de tecnologia e bens de consumo. Foi VP para a América Latina da NielsenIQ, no segmento de tecnologia e produtos duráveis, e atuou na GfK como general manager para a América Latina e, depois, country manager no Brasil. Também integrou a Unilever como diretor de marketing no México e no Chile.
Para a Pitzi, a chegada do novo executivo coincide com um cenário favorável, com aumento da indústria de eletroeletrônicos, que bateu a marca de 117 milhões de aparelhos vendidos, o melhor desempenho da década, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Para Felipe Mendes, esse é o momento ideal para potencializar a presença da empresa. “O varejo de eletrônicos vive uma transformação acelerada, e a Pitzi tem o diferencial de entregar um ecossistema de soluções que fortalecem margens, fidelizam clientes e ampliam a competitividade dos nossos parceiros”, destaca o novo CEO.
Atualmente a empresa tem cerca de 3 milhões de clientes protegidos, com a maioria deles sendo compradores de seguros de smartphones no momento da compra de um aparelho novo. Entre as grandes varejistas que oferecem os serviços da Pitzi no checkout das compras estão nomes como Mercado Livre, Amazon e Gazin.
Entretanto, a insurtech, está investindo em novas frentes, como a gestão de eletrônicos usados em um laboratório técnico próprio e a oferta de assinatura de aparelhos recondicionados, em um modelo concorrente ao que fazem companhias como a Allu.
A última rodada da Pitzi foi em 2019, quando levantou R$ 60 milhões em uma série D com nomes “pesados” como QED Investors, WTI, Valiant Partners e Thrive Capital. Essa rodada de investimento foi a Série D da empresa e avaliou a startup em R$ 400 milhões na época. Pouco tempo depois, o fundador Daniel Hatkoff deixou a cadeira de CEO para assumir o conselho da insurtech.
Desde então, a Pitzi teve o ex-Mercado Livre João Miranda como CEO e se manteve um tanto low-profile, sem grandes anúncios, mas pelo jeito, com a chegada de uma nova liderança, a companhia quer mudar isso.
“Vejo um enorme potencial de impacto no modelo da companhia, que combina tecnologia, relacionamento próximo com o varejo e um propósito claro de melhorar a experiência do consumidor. É um desafio que me motiva e que tem tudo a ver com a minha trajetória”, afirma Felipe, ressaltando a oportunidade de fortalecer a parceria da insurtech com grandes redes de venda de eletrônicos no Brasil.