O mercado de armazenamento ganhou um novo fôlego com a demanda criada pela inteligência artificial e impulsionou empresas como SanDisk e Micron – que têm se especializado em memória NAND, essencial para viabilizar sistemas modernos de IA. Em seis meses, as ações da SanDisk já acumulam alta de 495% na bolsa de Nasdaq, em Nova York. Já os papéis da Micron avançaram mais de 130% no período.
E parece que a valorização não vai parar por aí. Nesta segunda-feira (24), o Morgan Stanley elevou seus preços-alvo para as duas companhias, com a justificativa de que as condições do mercado de memória “continuam a melhorar”, em razão da escassez do DDR5 DRAM, a quinta geração de memória RAM do padrão DDR (Double Data Rate), usada em computadores, servidores e dispositivos avançados.
O banco aumentou seu preço-alvo para a Micron para US$ 338 (contra US$ 325 anteriormente). Atualmente, a empresa tem seus papéis negociados a US$ 223. No caso da Sandisk, o Morgan Stanley aumentou o preço-alvo de US$ 263 para US$ 273. As ações da companhia são negociadas hoje US$ 227.
O analista Joseph Moore, do Morgan Stanley, fundamenta essas revisões na “intensificação das escassezes em todos os segmentos” do mercado de memória. Ele ainda rejeita a visão de que o aumento dos investimentos em produção (CAPEX) ou um eventual alívio da escassez possam comprometer o ciclo de alta. Para ele, os fornecedores enfrentam “condições de mercado esgotadas, diante de uma demanda acelerada na nuvem”, e os investimentos atuais provavelmente não serão suficientes para suprir a demanda nos próximos trimestres.
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Além disso, a Morgan Stanley revisou para cima suas estimativas de lucro por ação para 2026: o EPS (“earnings per share”) projetado para a Micron subiu 15%, enquanto o da SanDisk foi elevado em 20%. Segundo o banco, a combinação entre oferta restrita e forte demanda impulsionada pela IA cria um cenário propício para múltiplas revisões positivas nos próximos trimestres.
Em agosto, a SanDisk, conhecida pelos seus pen drives e cartões de memória, anunciou o desenvolvimento de um novo SSD corporativo, o UltraQLC 256TB, previsto para chegar ao mercado em 2026. Projetada para lidar com demandas da IA, como ingestão e preparação de dados, além de alimentar data lakes de alto desempenho, a solução de armazenamento oferece velocidade, eficiência energética e confiabilidade em larga escala, atendendo aplicações de nuvem e cargas de trabalho cada vez mais complexas.
