Todas as empresas que já adotaram agentes de inteligência artificial relataram ganhos expressivos em eficiência operacional. É o que revela o “AI Agents Report 2025”, novo relatório do Distrito divulgado em primeira mão pelo Startups. O estudo ouviu 31 líderes de empresas brasileiras para mapear o cenário atual da adoção de AI Agents e explorar o potencial transformador da tecnologia. Segundo a pesquisa, 74% das companhias já testaram esses agentes em alguma aplicação prática e, atualmente, 67% os utilizam ativamente em seus processos internos.
Diferente dos assistentes tradicionais de IA, os AI Agents vão além de apenas sugerir ações: eles são capazes de executar tarefas de forma autônoma. Podem ser ativados por comandos de texto ou sensores, e operam com tecnologias avançadas como o aprendizado por reforço e o RAG (Retrieval Augmented Generation) — abordagem que permite acesso em tempo real a dados atualizados, ampliando sua capacidade de adaptação e resposta.
“Isso abre um novo horizonte para empresas que querem escalar operações sem aumentar custos ou complexidade”, afirma Gustavo Araújo, CIO e co-fundador do Distrito, em nota.
Os números por trás da adoção
Todos os respondentes da pesquisa afirmaram já ter ouvido falar sobre agentes de IA, e 90,3% disseram saber exatamente o que são e como funcionam.
Cerca de 81% das empresas implementaram AI Agents em clouds públicas como AWS, Azure e Google Cloud — um indicativo da busca por escalabilidade, acessibilidade e suporte robusto oferecido por provedores líderes. Outros 28,6% optam por arquiteturas híbridas, 14,3% utilizam nuvens privadas e 4,8% apostam no Edge AI, com execução local sem dependência da nuvem.
A OpenAI lidera entre as bibliotecas mais utilizadas, sendo a escolha de 71% das empresas, impulsionada pela popularidade de suas APIs. O relatório também aponta que 57% já adotam o LangChain — ferramenta que facilita a orquestração de agentes, permitindo maior personalização e integração com diferentes fluxos de trabalho.
Outro dado relevante é que 76,2% das organizações já aplicam AI Agents no atendimento ao cliente, enquanto 57,1% os utilizam para automação interna e inteligência de dados. Outras áreas que também se destacam pelo uso ou pelo potencial de adoção são automação de processos internos (52,4%), recursos humanos (47,6%) e marketing e vendas (47,6%).
“Seja para análise de dados, atendimento ao cliente ou otimização de processos internos, a adoção dessa tecnologia não é mais uma questão de futuro – é uma necessidade presente para empresas que desejam liderar seus mercados. Mais do que implementar ferramentas isoladas, é hora de construir capacidades internas robustas por meio de AI Factories, com governança, talentos e estratégia de longo prazo”, destaca Gustavo.
Adoção ainda enfrenta barreiras
Apesar do entusiasmo com a tecnologia, a adoção de AI Agents ainda enfrenta obstáculos. Para 36% das empresas, a principal barreira é a falta de conhecimento técnico interno. Elas também citam o custo elevado e as preocupações com segurança e privacidade, ambos mencionados por 27% dos respondentes.
Os resultados indicam que, apesar dos benefícios evidentes, muitos líderes ainda enfrentam desafios para justificar investimentos mais robustos, especialmente na ausência de casos concretos e evidências práticas de retorno sobre o investimento.