Quem viveu a era dos pen drives e das câmeras digitais certamente já utilizou algum produto da SanDisk. A empresa americana, reconhecida por seus cartões de memória e SSDs, agora aposta em sua especialidade – o armazenamento – para disputar espaço no mercado de inteligência artificial, oferecendo soluções baseadas em memória NAND.
Em agosto, a companhia anunciou o desenvolvimento de um novo SSD corporativo, o UltraQLC 256TB, previsto para chegar ao mercado em 2026. Projetada para lidar com demandas da IA, como ingestão e preparação de dados, além de alimentar data lakes de alto desempenho, a solução de armazenamento oferece velocidade, eficiência energética e confiabilidade em larga escala, atendendo aplicações de nuvem e cargas de trabalho cada vez mais complexas.
O anúncio animou o mercado, que já projeta uma disparada nas ações da SanDisk, negociadas na bolsa de Nasdaq, em Nova York. Nesta terça-feira (22), o Bank of America mais que dobrou seu preço-alvo para a companhia, elevando de US$ 59 para US$ 125.
No último mês, as ações da SanDisk tiveram valorização de 120%, sendo negociadas atualmente a US$ 102,92. No acumulado de 2025, os papéis já apresentam alta de quase 200%.
“Reiteramos a recomendação de Compra com base na avaliação, ativos de joint venture (JV) subvalorizados, ganhos de participação em eSSD em C26 e potencial de consolidação da indústria a longo prazo”, afirmaram os analistas da instituição, destacando o lançamento do UltraQLC 256TB como um exemplo de posicionamento de produto para capturar esse crescimento.
O Morgan Stanley já havia elevado seu preço-alvo para as ações da companhia no início do mês, passando de US$ 70 para US$ 96, mantendo a classificação acima da média e elevando a ação ao status de Top Pick.
A SanDisk fechou o quarto trimestre fiscal de 2025 com receita de US$ 1,9 bilhão, alta de 12% em relação ao trimestre anterior e acima das projeções. Apesar do avanço, a companhia registrou prejuízo GAAP (sigla para Princípios Contábeis Geralmente Aceitos) de US$ 23 milhões (US$ 0,16 por ação), mas no critério ajustado (Non-GAAP) reportou lucro de US$ 0,29 por ação. Os resultados refletem a recuperação da margem bruta, que subiu de 22,5% para 26,2%, e uma redução significativa nas despesas operacionais, que caíram 79% no comparativo trimestral.
Segundo o CEO David Goeckeler, a empresa está se beneficiando do avanço da tecnologia BiCS8 e da introdução do High Bandwidth Flash (HBF), soluções que elevam desempenho e eficiência energética e fortalecem a posição da SanDisk no mercado de inteligência artificial.
“Com o High Bandwidth Flash (HBF), estamos criando um novo paradigma para soluções de inferência em inteligência artificial. Com a melhora da demanda e o fortalecimento dos fundamentos da indústria, estamos bem posicionados para impulsionar um crescimento sustentável, expandir margens e gerar forte fluxo de caixa”, disse o CEO em comunicado.