O ano de 2024 tem gerado resultados importantes para o avanço e a consolidação da Base39, plataforma que utiliza inteligência artificial generativa para tornar as decisões de crédito mais rápidas, inteligentes e personalizadas. Com mais de R$ 300 milhões transacionados anualmente, a fintech conseguiu reduzir o custo por análise de empréstimo em 96% graças à evolução contínua de sua tecnologia e, recentemente, foi uma das 80 startups globais selecionadas para participar do programa Global Generative AI Accelerator, da AWS.
“Os bancos fazem a mesma coisa desde 1980 para tomar as decisões de crédito”, afirma Bruno Nunes, CEO da Base39, em entrevista exclusiva ao Startups. “Há muita oportunidade para transformar o mercado, colocando a IA generativa para revolucionar este processo, criando uma nova forma de decidir crédito”, pontua.
A plataforma da Base39 começou a ser desenvolvida há cerca de cinco anos com a tecnologia necessária para que bancos e fintechs pudessem oferecer produtos de crédito e empréstimos consignados a seus clientes. Desde então, a startup já atendeu grandes empresas como TOTVS, XP, Flash, Banco BV, iFood e Itaú.
O namoro com a AWS começou no ano passado, mas se fortaleceu em 2024. “No início deste ano, começamos a ter discussões tecnicamente mais profundas com o time da AWS, e começamos a colher os resultados rapidamente. Em apenas duas semanas, colocamos a primeira versão da plataforma com Gen AI em produção e, ainda na versão inicial, registramos uma redução de 96% no custo por análise de empréstimo”, afirma Bruno.
As portas se abriram ainda mais em junho, quando a AWS se comprometeu a investir US$ 230 milhões para ajudar startups em todo o mundo a acelerar a criação de aplicações de IA generativa. Parte dos recursos foi direcionada para financiar o segundo grupo do AWS Generative AI Accelerator, programa que fornece experiência prática e créditos da AWS para startups early stage que utilizam IA generativa para resolver problemas complexos. “Vimos o programa como uma ótima oportunidade para seguir desenvolvendo a tecnologia”, conta Bruno.
Próximos passos
A Base39 receberá orientações de mentores técnicos e de negócios durante 10 semanas, além de receber até US$ 1 milhão cada em créditos da AWS para criar, treinar, testar e lançar suas soluções de IA generativa. “Esse crédito é importante para que possamos investir em processos mais caros, como o treinamento dos modelos de IA generativa. Mas o mais valioso do programa é o contato com especialistas deste mercado. Inteligência artificial generativa é algo muito novo, e teremos acesso às pessoas que trabalharam na construção disso, incluindo profissionais da AWS, Nvidia e Meta. E não é simplesmente ver uma palestra; é estar ao lado deles para discutir especificamente o nosso caso”, destaca Bruno.
A expectativa é evoluir a plataforma para fazer mais do que empréstimo consignado. “Trabalhamos nesse nicho há cinco anos e, agora, temos a capacidade de fazer algo para o mercado financeiro em geral – não só no Brasil, mas globalmente. O objetivo é focar o máximo possível no desenvolvimento do sistema para que ele seja operado de forma mais genérica, tomando decisões de crédito inteligentes”, afirma o CEO.
O executivo menciona a possibilidade de realizar uma rodada de investimentos, mas ressalta que esse movimento ainda está um pouco mais distante no roadmap da empresa. “Teremos mais valor para captar quando alcançarmos alguns números específicos de performance do modelo, o que deve acontecer até o fim do ano. Aí sim será mais interessante considerar uma rodada”, explica.
O executivo destaca a representatividade brasileira no programa, que conta com 10 startups do país nesta edição. “É interessante ver que as big techs estão nos colocando no radar, reconhecendo o que estamos fazendo e investindo para conquistar o mercado brasileiro. O Brasil sempre foi um grande consumidor de tecnologia. No setor financeiro, estamos décadas à frente de outros países. Temos que aproveitar essa moral toda para inovar em outras áreas e nos posicionarmos no contexto da IA generativa, que já se tornou um marco histórico”, conclui.
A Base39 nasceu como um spin-off da fintech Paketá, mas hoje opera de forma separada e independente, com foco e estruturas próprias.