A Amazon Web Services (AWS) anunciou as finalistas da terceira edição do Generative AI Accelerator (GAIA), seu programa global voltado a startups que desenvolvem soluções em inteligência artificial generativa. Das cinco selecionadas na América Latina, três são brasileiras: AI Cube, Dharma AI e Forlex. No total, 40 empresas de diferentes regiões do mundo participam da iniciativa.
As startups escolhidas receberão até US$ 1 milhão em créditos da AWS, além de mentoria técnica e estratégica com especialistas da companhia. O programa tem foco em negócios que atuam com modelos de linguagem, infraestrutura de IA, plataformas de ajuste fino e agentes fundacionais.
A edição de 2025 começa em 13 de outubro, em Seattle (EUA), e combina atividades virtuais e presenciais. O encerramento será durante o AWS re:Invent, evento anual da empresa que ocorre em dezembro, em Las Vegas.
Segundo Karina Lima, head de startups da AWS no Brasil, o destaque das empresas brasileiras reflete o momento do país no ecossistema global. “É muito simbólico que três das cinco startups da América Latina sejam brasileiras. Isso demonstra o apetite do país por inovação e tecnologia”, afirma, em nota oficial.
O GAIA 2025 faz parte do compromisso da AWS de incentivar a criação de novas aplicações em IA generativa em escala global. A iniciativa inclui startups da América Latina, América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico, Japão, Oriente Médio e África.
“Nosso objetivo é contribuir com tecnologia e investimento para uma nova geração de startups”, afirma Karina. Segundo a executiva, a iniciativa integra o plano da AWS de investir US$ 230 milhões para acelerar a criação de aplicações baseadas em IA generativa em todo o mundo.
Conheça as selecionadas
As três startups escolhidas pela AWS compartilham uma mesma estratégia: o desenvolvimento de modelos próprios de IA voltados para demandas específicas, em vez de soluções genéricas.
A AI Cube é criadora do Qilbee, um sistema operacional totalmente baseado em inteligência artificial, capaz de executar tarefas em qualquer software de forma autônoma. A tecnologia utiliza uma memória neural proprietária que aprende e se adapta às operações de cada empresa. Segundo a startup, um cliente do setor financeiro reduziu de nove meses para seis semanas o tempo necessário para migrar sistemas legados, com uma economia significativa de custos.
A Dharma AI, por sua vez, desenvolve Small Language Models (SLMs) especializados para aplicações B2B. Esses modelos oferecem inferência até 50 vezes mais eficiente que sistemas genéricos. Entre os produtos já disponíveis estão um Smart OCR para digitalização de documentos e um agente de IA voltado à gestão de conhecimento em fábricas. No GAIA, a empresa busca suporte técnico e estratégico para fortalecer sua expansão global.
Já a Forlex, legaltech focada em IA jurídica, desenvolve modelos treinados com bases jurídicas próprias, incluindo legislação e jurisprudência, garantindo precisão e segurança no tratamento de dados. A startup também é responsável pela LIVIA, ferramenta de IA oficial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Com o programa, a companhia planeja ampliar sua presença internacional e consolidar parcerias estratégicas.