O movimento é claro: à medida que a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos se aproxima (será na semana que vem), diversas big techs e grandes nomes do mercado tech ianque estão se aproximando do futuro “dono” da Casa Branca. Depois de Elon Musk e da Meta, agora foi a vez da Nvidia, que foi a público para criticar novas leis anunciadas pelo governo de Joe Biden.
Uma semana antes de sair de cena, o presidente democrata sancionou uma série de novas diretrizes para regular a venda de chips de inteligência artificial para determinados países e companhias estrangeiras. Segundo o anúncio do governo, as leis servem para “fortalecer a segurança e força econômica dos EUA”.
Do lado da Nvidia, porém, a novidade não foi nem um pouco bem recebida. Primeiramente, a nova lei significou um baque nas ações da empresa, que caíram 3% no início das negociações esta segunda (3%).
Para completar, o VP de assuntos governamentais na Nvidia, Ned Finkle, foi a público para criticar a medida, chamando-a de “sem precedentes e equivocada”. Num post no blog da empresa, ele criticou a administração Biden por comprometer o avanço global da inteligência artificial.
“Nos seus últimos dias de mandato, a administração Biden procura minar a liderança dos EUA com um pântano regulamentar de mais de 200 páginas, redigido em segredo e sem a devida revisão legislativa”, disse o executivo. “Este exagero impõe um controle burocrático sobre a forma como os principais semicondutores, computadores, sistemas e até software da América são desenvolvidos e comercializados globalmente”.
Pela nova lei, 18 aliados e parceiros importantes dos EUA não seriam afetados pelas restrições. Ao cumprir os elevados padrões de segurança e confiança estabelecidos, assim como estando sediadas em países considerados aliados, empresas têm a oportunidade de obter a certificação de “Universal Verified End User” (UVEU).
Com esta designação, os parceiros podem alocar parte do seu poder computacional em países aliados e comprar até 320 mil GPUs avançadas nos próximos dois anos. Na nota em seu site, a Nvidia argumentou que esses controles são um exagero e “não fariam nada para melhorar a segurança dos EUA”.
“Em vez de mitigar qualquer ameaça, as novas regras de Biden apenas enfraquecem a competitividade global dos Estados Unidos, minando a inovação que manteve o país à frente”, disse Ned Finkle, que também aproveitou para elogiar Trump e seu primeiro mandato, que “estabeleceu as bases para a atual força e sucesso da América na IA, promovendo um ambiente onde a indústria dos EUA pudesse competir e vencer com base no mérito, sem comprometer a segurança nacional”.
Apesar de não ter se pronunciado em relação às novas leis, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, já se inclinou na direção de uma possível parceria com a administração de Donald Trump. Na semana passada, aliás, ele disse que está pronto para se reunir com o futuro presidente para ajudar na formulação de políticas no campo da IA.
“Ficaria muito feliz em ir vê-lo e parabenizá-lo, e fazer tudo o que pudermos para que esta administração tenha sucesso”, disse Huang à Bloomberg Television. Durante a CES em Las Vegas, Huang falou mais na semana passada, dizendo que espera de Trump um relaxamento na regulamentação da indústria. “Acho que isso é uma coisa boa. Como setor queremos avançar rapidamente”.