Se a concorrência direta está difícil, recorrer ao “tapetão” é sempre uma possibilidade. Veja só o caso do Google, que solicitou à Federal Trade Comission (FTC), entidade regulatória nos EUA, que ela investigue (e possivelmente suspenda) acesso exclusivo que a Microsoft possui às tecnologias da OpenAI por ser o único parceiro de cloud da empresa de inteligência artificial.
A conversa teria ocorrido depois que a Comissão Federal de Comércio dos EUA perguntou ao Google sobre as práticas comerciais da Microsoft como parte de uma investigação mais ampla, disse o site The Information, citando uma pessoa diretamente envolvida na discussão.
Entretanto, a queixa do Google entra em linha com dificuldades de outros players de cloud nos últimos tempos. Empresas como o Google, Oracle ou AWS precisam alugar servidores da Microsoft, mesmo que estejam interessadas apenas na tecnologia da OpenAI, para oferecer a tecnologia aos seus clientes. Segundo os concorrentes, isso dificulta a competição, pois aumenta bastante os custos.
Entretanto, do lado da OpenAI, a Microsoft é a maior parceira e financiadora da companhia, com dezenas de bilhões de dólares aportados no negócio, em troca da exclusividade no hosting de suas tecnologias.
Esse “rabo preso” da companhia de Sam Altman com a gigante liderada por Satya Nadella chegou a levantar especulações recentes de analistas. Alguns deles acreditam inclusive que a OpenAI pode ser eventualmente comprada pela Microsoft.
Entretanto, por outro lado, a própria OpenAI está buscando alternativas para ser mais rentável, atrair mais investidores e vender para outros players de infra. Segundo um report do Financial Times na semana passada, a OpenAI está considerando a remoção de uma cláusula de exclusividade com a Microsoft para uma futura solução de Inteligência Artificial Geral.
Segundo o FT, caso o contrato seja revisto, isso abriria a possibilidade da OpenAI negociar sua solução em outros data centers além do Azure, desbloqueando também oportunidades junto a outros investidores. Vale lembrar que este ano a OpenAI levantou uma rodada de R$ 6,6 bilhões, atrelada a um compromisso com os investidores de deixar de ser uma organização sem fins lucrativos.