
A Hera.Build, startup fundada em 2024, acaba de abrir sua primeira rodada de captação de investimentos com um objetivo claro: atrair não só capital, mas também conexões estratégicas que impulsionem o negócio.
Focada na criação de AI Agents (robôs personalizados para automação de tarefas operacionais), a empresa busca mostrar que a inteligência artificial pode ser acessível para empresas de todos os portes.
Criada por Bárbara Vallim (CEO e co-founder) e Suzana Oliveira (CRO e co-founder), a Hera.Build aposta em soluções que otimizam processos e liberam tempo das equipes para tarefas mais estratégicas.
Produto que foi se transformando
A ideia inicial da Hera.Build era bem diferente do que a startup se tornou hoje. Quando Bárbara Vallim decidiu empreender, seu plano era lançar um agente de inteligência artificial voltado para o setor de turismo.
Esse agente seria capaz de entender preferências do usuário com base em conversas e auxiliar em todas as etapas de uma viagem — desde a escolha do assento no avião até sugestões de passeios e hospedagem. A tecnologia já estava desenvolvida, com um protótipo funcional (demo) e pronto para ser apresentado.
Foi durante um almoço com Suzana Oliveira que o rumo da Hera.Build começou a mudar. Ao ver o produto, a executiva viu potencial para aquele agente ser aplicado em outras áreas de negócio além do turismo.
Foi como uma “lâmpada na cabeça”: a ideia de algo simples, acessível e fácil de usar despertou nelas a vontade de criar uma solução mais ampla e personalizável, voltada para a automação de tarefas em empresas de todos os portes.
A partir daí, o produto passou por uma transformação completa. O foco deixou de ser o setor de turismo e passou a ser a eficiência operacional nas empresas, com agentes de inteligência artificial que atuam diretamente nos fluxos de trabalho.
Do medo à curiosidade
Ainda no começo da Hera.Build, há cerca de um ano e meio atrás, Suzana Oliveira e Bárbara Vallim notaram que muitos líderes empresariais ainda tinham dificuldade em entender como aplicar inteligência artificial na prática.
“Falar de IA generativa era muito abstrato, até porque eu acho que os mitos vieram antes da aplicabilidade. Certos rumores tomaram um lugar de medo das operações, e talvez também tiveram amostras que não foram muito bem sucedidas no começo”, relembra a CRO.
O receio, alimentado por mitos e casos mal-sucedidos, acabava por gerar gerava insegurança nas empresas. Por isso, a Hera.Build passou a atuar de forma consultiva, acessando diretamente o C-Level das companhias para entender onde a IA faria mais diferença e ajudando a traçar prioridades com foco em resultados.
Hoje, o medo deu lugar à curiosidade e à vontade de aplicar a tecnologia, embora ainda exista incerteza sobre por onde começar. Muitas vezes, os executivos querem implementar IA, mas não ainda não sabem como prosseguir — e é aí que entra o papel da Hera.Build, que ajuda as empresas a entenderem o papel da tecnologia e onde seria possível aplicá-la, com agents totalmente personalizados.
Ajudando empresas a aplicar IA
Com o cliente em mãos, a empresa mostra como funciona a arquitetura por trás da plataforma, garantindo que as integrações sejam seguras e que nenhuma informação dos clientes seja compartilhada com terceiros. Para tornar a experiência ainda mais acessível, a plataforma da Hera.Build foi pensada para que o cliente não precise ter conhecimento técnico.
Em entrevista ao Startups, Bárbara chegou a comparar a usabilidade ao início do Instagram: simples, intuitiva e eficiente. Ou seja, no caso da Hera.Build, não é necessário entender o que é um LLM ou como a integração funciona; o importante é que o cliente consiga resolver seu problema com facilidade. Mesmo quem não sabe muito sobre IA, mas entende profundamente o seu próprio negócio, já consegue utilizar a solução da startup.
Segundo Suzana, diversos setores podem ser impactados com a solução, como Vendas, Marketing, Financeiro e Recursos Humanos (RH).
Em busca de captação, mas com clientes
Apesar de ainda não ter recebido seu primeiro investimento, a Hera.Build já conta com 12 clientes e 199 usuários em sua base. “Nascemos entendendo que o potencial da Hera era um potencial global. Quando desenvolvemos a plataforma, pensamos, desde o começo, em internacionalização”, aponta a CEO.
“Hoje a gente tem cliente na Espanha e entendemos que a gente tem um caminho óbvio ainda pavimentar aqui no Brasil. Mas sabemos que, em um futuro próximo, vamos continuar expandindo a nossa força, principalmente em países que falam inglês, espanhol e português”, completa.