Dentre seus mais diversos usos, a inteligência artificial também pode ajudar músicos e compositores em diferentes etapas da criação musical, economizando tempo e esforço. Mas, contudo, entretanto, tem gente nessa indústria que não está muito feliz com o “poder revolucionário” da tecnologia. Na verdade, um grupo de 200 músicos, incluindo Katy Perry, Jon Bon Jovi, Nicki Minaj, entre outros artistas.
Essa galera toda – Pearl Jam, Billie Eilish, Imagine Dragons e Sheryl Crow também fazem parte do grupo – assinou uma carta aberta pela Artist Rights Alliance (ARA), entidade sem fins lucrativos dos EUA, pedindo proteção contra os perigos do “uso predatório” da inteligência artificial. Eles apelam às empresas de tecnologia e aos programadores para que não subestimem a criatividade humana com as ferramentas de geração de música através da IA.
“Quando utilizada de forma irresponsável, a IA representa uma enorme ameaça à nossa capacidade de proteger a nossa privacidade, as nossas identidades, a nossa música e os nossos meios de subsistência”, diz um trecho da carta. “Esse ataque à criatividade humana deve ser interrompido. Devemos nos proteger contra o uso predatório da IA para roubar a voz e a imagem de artistas profissionais, violar os direitos dos criadores e destruir o ecossistema musical.”
Os autores também se posicionaram contra a ascensão da IA generativa. Em julho, mais de 15.000 escritores americanos – incluindo James Patterson, Michael Chabon, Suzanne Collins, Roxane Gay e outros – assinaram uma carta aberta semelhante, dirigida aos CEOs da OpenAI, Alphabet, Meta, Stability AI, IBM e Microsoft.
Tecnologia prejudicial?
De fato, os modelos de IA que geram nova música, arte e escrita funcionam através do treino de conjuntos de dados maciços de trabalhos existentes e, na maioria dos casos, pedir para retirar o seu trabalho desses modelos é um esforço em vão. Seria como se um destes artistas tentasse impedir que alguém pirateasse a sua música.
Historicamente, os músicos têm sido prejudicados à medida que a tecnologia se torna cada vez mais sofisticada. Primeiro, plataformas para downloads de música como eMule e Kazaa facilitaram a obtenção de música de graça; depois o streaming surgiu como a resposta a essa questão, mas não satisfez os artistas. A Union of Musicians and Allied Workers (UMAW), organização que trabalha como um sindicato global dos músicos, passou anos tentando garantir melhores pagamentos de streaming para os artistas.
O hype da inteligência artificial pode estar se propagando rapidamente, mas vamos combinar que a tecnologia ainda tem muito a evoluir e desenvolver, tanto em questões legislativas, como questões técnicas.