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Monking lança estúdio de audiovisual após investimento em startup de IA

Espaço criado pela Monking em parceria com a Treehouz funcionará como laboratório de pesquisa e testes com IA

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Estúdio da Monking em parceria com a Treehouz
Estúdio da Monking em parceria com a Treehouz (Imagem: Divulgação)

Monking, empresa especializada em comunicação e inovação, anunciou o lançamento de um estúdio de audiovisual focado em inteligência artificial generativa. O espaço está previsto para ser inaugurado até o final de julho, e funcionará no LinkLab, hub de inovação da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia), em Florianópolis.

A iniciativa nasce a partir de um investimento via marketing for equity na Treehouz, startup lançada no começo de 2025 e focada em criação de conteúdo com IA generativa. A ideia é que o estúdio funcione como um “laboratório de pesquisa”, com diversos testes envolvendo tecnologias como imagem, vídeo, 3D e, obviamente, inteligência artificial. A partir da experimentação, será possível definir onde é melhor de aplicar IA para o meio da publicidade e marketing.

“Vamos testar equipamentos e descobrir qual equipamento conversa melhor com o IA. Vamos pegar um produto, uma lata de cerveja, por exemplo, e vamos ver como que a gente aplica, tirando foto e botando na lua com IA”, exemplifica Eduardo Vieira, fundador e CEO da Monking. “Então, a ideia é testar todas as aplicações possíveis para inteligência artificial”, complementa.

O espaço também contará com a participação de David Benalcázar Chang, COO da metaKosmos, startup que atuará como parceira e líder na parte de pesquisa e consultoria estratégica em operações criativas.

Do meme ao profissional

Hoje, o uso da inteligência artificial na criação de conteúdo ainda é, em grande parte, associado ao universo dos memes e das redes sociais, como é o caso da “Marisa Maiô”, apresentadora fictícia de um talk show satírico gerado inteiramente por inteligência artificial.

Ferramentas como o ChatGPT, agora com geração de imagens integrada, e plataformas avançadas de vídeo como o Google Veo 3, popularizaram ainda mais esse tipo de conteúdo automatizado e bem-humorado. No entanto, a profissionalização dessa produção ainda engatinha — especialmente quando se trata de aplicar IA em campanhas com direção criativa. “A gente viu poucos estúdios conseguindo trazer essa profundidade com inteligência artificial além do meme”, garante Eduardo.

É justamente nesse ponto que entra a proposta do novo estúdio da Monking. O objetivo é ir além do uso superficial da inteligência artificial e testar aplicações reais, com qualidade de produção, para publicidade, audiovisual e comunicação estratégica. A ideia é de submeter os projetos a testes em diferentes contextos: de latas de cerveja a vídeos com fundos gerados por IA, de cenários impossíveis a equipamentos autônomos. Tudo sob o ponto de vista técnico e estratégico.

Para Eduardo Vieira, esse laboratório de testes gira em torno de cinco frentes principais que sustentam o potencial da IA na criação de conteúdo. A primeira é o pioneirismo — quem começa antes, ganha destaque e espaço no mercado. Em seguida vêm a velocidade de entrega e a redução de custos. O quarto ponto é a capacidade de produzir cenas ou formatos que seriam inviáveis na vida real, como recriar uma embarcação dos anos 1950 ou simular uma viagem à lua. E, por fim, a aplicação de tecnologia de ponta, com testes contínuos de plataformas e ferramentas para entender, na prática, o que funciona melhor em cada tipo de produção.

“Para citar um exemplo, estávamos fazendo um projeto que seria totalmente gravado com câmera, com uma pessoa responsável por fazer a comida. Então, todas as cenas de alimento seriam feitas com gravação, isso é muito mais caro. No momento que a gente trouxe a IA, conseguimos trazer a mesma qualidade, basicamente. Só que com um custo muito menor e muito mais velocidade. Ao invés de demorar duas semanas, conseguimos fazer em algumas horas”, relata o executivo.