A OpenAI está dando alguns passos além de apenas desenvolver os modelos fundacionais de IA generativa. Agora, a companhia comandada por Sam Altman também quer se posicionar como uma consultoria, oferecendo projetos de IA personalizada para grandes clientes corporativos e governamentais, com preços a partir de US$ 10 milhões.
A informação foi divulgada em primeira mão pelo The Information, que apurou que a OpenAI já está conduzindo projetos com clientes de peso como o Departamento de Defesa dos EUA e Grab, um dos maiores superapps no mercado asiático, desenvolvendo versões sob medida do GPT-4o, seu principal modelo.
Segundo analistas, o movimento da OpenAI é um marco interessante, pois coloca a companhia em uma nova arena do mercado, competindo com grandes empresas de consultoria tecnológica, como Accenture e Palantir, que atendem clientes de alto nível corporativo. Os contratos podem começar na casa dos US$ 10 milhões, mas podem chegar a centenas de milhões em projetos longos e complexos.
Em seu favor na hora de oferecer serviços de consultoria, a OpenAI tem designado engenheiros especializados — chamados de FDEs (forward-deployed engineers) — que são alocados diretamente nas organizações clientes. Esses profissionais trabalham lado a lado com os times internos para integrar o modelo de IA aos sistemas próprios da empresa e construir soluções personalizadas, como assistentes virtuais avançados e ferramentas de automação de processos.
O programa tem participação do pesquisador Aleksander Madry, que lidera esforços para ajustar os modelos de linguagem de forma a atender metas específicas de cada cliente. Fontes ouvidas pelo The Information indicam que a ambição da OpenAI é oferecer tanto valor que, no futuro, contratos acima de US$ 1 bilhão se tornem comuns.
Como parte dessa expansão, a empresa já contratou ao menos uma dúzia de engenheiros FDE neste ano — muitos com experiência prévia na Palantir, empresa conhecida por fornecer soluções de IA para agências de defesa e inteligência.
De olho em contratos polpudos, a divisão de consultoria pode ser uma importante novo caminho para a OpenAI reforçar sua receita. Segundo dados divulgados pela própria empresa no mês passado, ela já chegou aos US$ 10 bilhões de receita recorrente anual (ARR). No ano passado, o ARR ficou em US% 5,5 bilhões, mas por outro lado a empresa anotou cerca de US$ 5 bilhões em perdas.
Ainda longe de ser uma operação rentável, a OpenAI tem metas ambiciosas para o médio prazo – segundo fontes de mercado, o plano de Sam Altman é bater US$ 125 bilhões em receita até 2029. Com investidores pesados como SoftBank e Thrive Capital por trás, e ainda uma treta para se deixar de se tornar uma operação sem fins lucrativos, pelo jeito a OpenAI está “se virando” para buscar novas fontes de receita.