Além de ser a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro agora também quer ser a capital da inteligência artificial na América Latina. Para isso, a Prefeitura da cidade anunciou nesta quinta (14), durante o Rio Innovation Week, parcerias com a Oracle e Nvidia para se tornar uma “AI City”.
O título de AI City vem da própria Nvidia, que subiu ao palco do evento ao lado do prefeito Eduardo Paes. Segundo o diretor de Enterprise da big tech na América Latina, Marcio Aguiar, a capital carioca se torna a primeira capital da América Latina a receber essa certificação, figurando ao lado de locais como Nova York, Los Angeles e San Francisco.
Com um investimento total previsto de US$ 65 bilhões, o plano é transformar o Rio de Janeiro em um dos dez maiores polos de IA do mundo até 2032, mobilizando grandes empresas, startups e academia para o desenvolvimento de tecnologias, tudo isso ancorado em uma ambiciosa infraestrutura de IA na cidade.
O investimento nessa infraestrutura começa com o anúncio da compra de 5 servidores DGX, cada um equipado com oito GPUs e placas Blackwell 200, para aumentar a capacidade computacional da cidade.
De acordo com a prefeitura, esses “supercomputadores” ficarão no Porto Maravalley, como um polo de IA para as universidades e empresas da capital desenvolverem soluções inovadoras para a cidade.
“Estamos comprando para disponibilizar para os nossos centros de pesquisa, as nossas universidades, a capacidade computacional que consolidará o Rio de Janeiro para as suas vocações. O Rio é software”, bradou Eduardo Paes, arrancando aplausos do público.
No médio e longo prazo, o plano da AI City carioca é aumentar a infraestrutura e poder computacional, com a Nvidia sendo a parceira de hardware e a Oracle como parceira estratégica de infraestrutura.
O complexo do Rio AI City, que ficará nas imediações do Parque Olímpico, terá uma capacidade energética inicial de 1,5 gigawatts (GW) até 2027, com expansão prevista para até 3 GW em 2032. Quanto a geração de empregos, a expectativa é gerar até 10 mil postos de trabalho em menos de uma década.
Em conversa com o Startups, o presidente da Oracle Brasil, Alexandre Maioral, explicou que o papel da multinacional nessa mobilização é a de conectar o complexo computacional que a cidade quer construir, das GPUs da Nvidia, à parte energética e a outros data centers ao redor do mundo – vale lembrar que o Rio de Janeiro possui conexão direta com cabos submarinos intercontinentais, reduzindo a latência.
“Nos unimos nesse esforço para entregar eficiência e performance de uma forma aberta, sem se prender a nenhum modelo de IA proprietário. Aqui no Rio temos a oportunidade de construir um dos maiores hubs do mundo em inteligência artificial”, explica Alexandre, que aproveitou até para sonhar um pouco.
“Quem sabe o terceiro Stargate do mundo seja aqui no Brasil, e no Rio de Janeiro”, provocou o executivo, fazendo menção ao megaprojeto de IA da OpenAI com a Nvidia e Oracle, que já anunciou data centers na Noruega e nos Emirados Árabes.