A chinesa Manus AI ganhou notoriedade ao prometer executar tarefas de forma autônoma. Mas uma empresa brasileira quer mostrar que dá para ir além. A Tess AI, plataforma que trabalha essencialmente com multimodalidade para agentes, surge como concorrente direta da Manus ao apostar em algo que a rival não oferece: liberdade para combinar diferentes modelos, criar e personalizar agentes.
A promessa da brasileira é simples: mais autonomia para o usuário e menos dependência de um único modelo. Com uma interface simples e similar a dos chatbots mais populares, a Tess AI abre o leque para uso de mais de 200 modelos, incluindo os conhecidos GPT e Gemini. Veja abaixo:
“A única diferença para a Manus, é que eles trabalham com modelos pré-fixados e agentes pré-fixados. Então, quando você entra na Manus e você faz um pedido, você não escolhe qual modelo você vai usar e nem personaliza o agente. Na Tass, o que nós estamos fazendo é bem diferente nesse sentido. Você tem a mesma experiência de múltiplos agentes trabalhando, mas você consegue customizar o seu agente, criar um específico, botar um agente do Gemini para conversar com um agente do GPT”, explica Rica Barros, fundador da Tess AI.
Com a Tess AI, empresas podem criar agentes de inteligência artificial sob medida para diferentes desafios. Para se ter uma ideia, através do AI Studio, é possível integrar dados específicos do negócio, carregar documentos, analisar informações com diferentes modelos de IA e gerar conteúdos como imagens, vídeos e áudios. Tudo isso pode ser conectado diretamente aos sistemas e aplicativos da organização, permitindo automações personalizadas e fluxos de trabalho adaptados à realidade de cada operação.
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Projeto que virou empresa
Ainda segundo Rica, a Tess AI nasceu dentro da Pareto (empresa de inteligência artificial para marketing também fundada por ele) como uma espécie de “subdivisão” dentro da companhia, um produto a ser testado.
Mas com a escalabilidade rápida da Tess AI (50 mil usuários em apenas um mês), o que inicialmente era para ser apenas um projeto acabou se formalizando como uma empresa em novembro de 2024. Hoje, com presença em mais de 220 países (como Brasil, Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Alemanha, França, Japão, entre outros), a empresa já soma cerca de 2,3 milhões de usuários.
Além disso, em janeiro de 2025, a Tess AI recebeu um investimento de US$ 500 mil do programa Google for Startups e uma rodada pré-seed de R$ 2 milhões da própria Pareto.
Agora, a expectativa da Tess é de alcançar o faturamento de R$ 50 milhões até o fim de 2025, e Rica parece esperançoso. “Sei que, de uma maneira geral, o Brasil não é tão reconhecido por tecnologia e coisas do tipo, a gente sempre foi o último a receber certas tecnologias. Mas acho que tudo mudou por conta da revolução da IA, porque essa é a primeira vez que plataformas brasileiras começaram a explodir, e também é a primeira vez que a tecnologia chega para nós ao mesmo tempo em que chega para gente de fora”, compartilha.
