Com a inteligência artificial ganhando cada vez mais espaço dentro das empresas, cresce também a necessidade de ter locais dedicados a pensar em como unir inovação com aplicabilidade. Essa é a ideia por trás do AI-Powered Research & Innovation Center, inaugurado nesta terça-feira (30), em um evento fechado na Vila Olímpia, em São Paulo.
Construído em uma parceria entre a Tata Consultancy Services (TCS) e o Insper, o centro de pesquisa e inovação recebeu um investimento de R$ 50 milhões e vai reunir startups, universidades e parceiros em busca de soluções tecnológicas com impacto no Brasil e na América Latina.
Em conversa com o Startups, Bruno Rocha, presidente da TCS Brasil, destacou que o novo espaço foi pensado para receber até seis startups ao mesmo tempo, com uma estrutura que pode se adaptar às diferentes necessidades de cada projeto. Segundo ele, o centro funciona como uma “ponte” dentro da rede global de inovação, conectando empresas, startups e pesquisadores de outros países — e também permitindo que organizações estrangeiras acessem o ecossistema de inovação do Brasil.
O local reúne a experiência acadêmica do Insper e a atuação global da indiana TCS, que já possui polos semelhantes em países como Estados Unidos, França, Reino Unido, Cingapura e Japão. Com o centro, empresas e pesquisadores poderão explorar tecnologias como IA, robótica e segurança digital, assim oferecendo novas oportunidades de aprendizado.
Planos para o futuro
Rodrigo Amantea, Head do Hub de Inovação e Empreendedorismo Paulo Cunha do Insper, explicou ao Startups que o novo centro deve também abrigar, a partir do próximo ano, uma incubadora voltada para startups de base tecnológica. A ideia é selecionar negócios que estejam desenvolvendo soluções em áreas como inteligência artificial e segurança cibernética, mas que ainda precisam de ajuda.
“Hoje, o que temos aqui são startups que já estamos acelerando, focando naquelas que já tem receita recorrente, mesmo em estágio muito inicial. O foco é aumentar o número de clientes e aumentar o faturamento dessas startups. Aqui, queremos startups que estão desenvolvendo tecnologias com grande potencial de impacto e de escala, mas que precisam de método e de apoio para transformar essa tecnologia em negócio”, aponta.
Segundo o executivo, a previsão é que o programa de incubação comece no início de 2026, com chamadas voltadas inicialmente para startups que desenvolvem soluções em inteligência artificial. Embora o centro ainda não queira restringir o escopo de atuação, setores como o financeiro, o varejo e o jurídico aparecem como áreas estratégicas. “Não queremos criar uma moldura muito rígida neste momento, se não a gente deixa de olhar aquilo que está fora. Preferimos que o município fique um pouco mais aberto para receber boas propostas de tecnologias que podem ser equipadas aqui e bons empreendedores, que é o que a gente está buscando”.