
No começo do mês, falamos aqui no Startups sobre a jogada agressiva da Meta ao investir na Scale AI e “roubar” o CEO da empresa, Alex Wang, para sua operação. Entretanto, essa não é uma estratégia isolada da empresa de Mark Zuckerberg. Nos últimos meses, a companhia tem reforçado seu time de IA com profissionais de concorrentes, e até tentou adquirir startups hypadas no cenário para desenvolver sua nova divisão de superinteligência.
O mais recente movimento nessa estratégia foi reportado essa semana pelo TechCrunch. A Meta contratou um pesquisador altamente influente da OpenAI, Trapit Bansal, para trabalhar em seus modelos de raciocínio em IA dentro da unidade de superinteligência artificial.
Trapit trabalhou na OpenAI desde 2022 e foi uma figura-chave no início dos trabalhos da empresa com aprendizado por reforço, ao lado do cofundador Ilya Sutskever. Ele é listado como um dos colaboradores fundamentais no primeiro modelo de raciocínio de IA da OpenAI, o o1.
A chegada do novo funcionário é um reforço significativo para o laboratório, que também conta com líderes como o ex-CEO da Scale AI, Alexander Wang. Ele pode ajudar a Meta a desenvolver um modelo de raciocínio de IA de ponta, competitivo com tecnologias líderes do setor, como o o3 da OpenAI ou o R1 da DeepSeek. Atualmente, a Meta não possui um modelo de raciocínio de IA disponível publicamente.
Entretanto, segundo fontes de mercado, a Meta não deve parar por aí. Segundo o Wall Street Journal, três outros ex-pesquisadores da OpenAI — Lucas Beyer, Alexander Kolesnikov e Xiaohua Zhai — também se juntaram recentemente à equipe de superinteligência da empresa de Menlo Park.
Outros nomes, como o ex-pesquisador do Google DeepMind Jack Rae e o ex-líder de machine learning da startup Sesame, Johan Schalkwyk, também devem ser contratados, segundo reportou a Bloomberg na semana passada. Para atrair esses “pesos pesados” para seu time tech, Mark Zuckerberg “abriu a mão”, oferecendo pacotes de compensação de até US$ 100 milhões a pesquisadores de ponta.
Em uma edição recente do podcast Uncapped, o CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que a Meta tem tentado “roubar” os melhores talentos de sua startup, mas alegou que “nenhum dos nossos melhores decidiu aceitar”.
Para fortalecer ainda mais sua nova unidade de IA, Zuckerberg teria tentado adquirir startups com laboratórios de pesquisa de IA de alto nível, como a Safe Superintelligence, do ex-cientista chefe da OpenAI Ilya Sutskever. Outras tentativas de aquisição foram a Thinking Machines, da também ex-OpenAI Mira Murati, e a Perplexity. No entanto, essas negociações não avançaram até um estágio final.
Segundo fontes de mercado, o laboratório de superinteligência da Meta pode se tornar um grupo interno fundamental que alimentará produtos em toda a empresa, um papel semelhante ao que a DeepMind faz no Google. O plano maior da Meta é construir agentes de IA para negócios, um esforço liderado pela ex-CEO de IA da Salesforce, Clara Shih.
Para criar agentes competitivos, a Meta precisa desenvolver modelos de raciocínio de IA de última geração para impulsioná-los – e precisa fazer rápido. Companhias como a OpenAI parecem já estar alguns passos à frente nessa corrida: a empresa de Sam Altman anunciou que lançará um modelo aberto de raciocínio em IA nas próximas semanas — uma oferta que pode aumentar ainda mais a pressão sobre os produtos de IA open source da Meta.