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Inventa, marketplace para pequenos lojistas, levanta R$ 115 mi

Rodada foi liderada pela a16z e pela monashees. É o 2º aporte do fundo americano no Brasil, depois da Loft

Inventa, marketplace para pequenos lojistas, levanta R$ 115 mi

Apenas 3 meses depois de levantar um seed de R$ 30 milhões, a Inventa, marketplace para pequenos e médios lojistas, recebeu mais R$ 115 milhões em série A liderada pela Andreessen Horowitz (a16z) e pela monashees. É o 2º investimento do fundo no Brasil, depois da Loft, que vem quase 1 ano depois de o fundo ter declarado o seu amor pelo mercado de fintechs na América Latina. A moçada que embarcou no aporte inclui ainda o Founders Fund, Greenoaks, Greylock, Tiger Global e os anjos Hans Tung e o cofundadora da Kavak, Carlos Gracia, além de investidores que já estavam na parada como Pear VC, NXTP, ONEVC, MAYA Capital e Alter Global.

“Foi uma captação mais oportunística do que por necessidade”, disse ao Startups, Marcos Salama, cofundador da Inventa. Segundo ele, a companhia vem dobrando de tamanho a cada mês, o que mostra sua capacidade de execução e a aceitação da sua proposta no mercado (PMF), duas características que fundos olham para fazer rodadas de série A parrudas. “E o mercado está com muita liquidez. Empresas que executam como a gente atraem a atenção”, completou. Marcos já tinha contato com a a16z dos seus tempos na Rappi e vinha mantendo um relacionamento com a icônica gestora desde que fundou a Inventa com Fernando Carrasco e Laura Camargo em 2020.

Segundo Marcos, o dinheiro da nova rodada será usado principalmente para trazer gente mais sênior para a equipe de tecnologia e também aprofundar o uso de dados. Também está nos planos reforçar os times de vendas e de marketing, além de dar início ao plano de internacionalização – de olho no México e na Colômbia, a princípio. “Temos um modelo que funciona ao redor do mundo. Vimos que funciona. Agora é execução”, avaliou. Até o fim do ano, a equipe que tem hoje 100 pessoas pode chegar a 500.

Em operação há apenas nove meses, a Inventa já possui quase 8 mil produtos no catálogo, 20 mil lojistas cadastrados, 250 mil produtos enviados pelo Brasil, e 400 fornecedores, como Davene, Lovme e Ruby Rose, na categoria de cosméticos, e a Mais Pura, de mercearia. O foco está em produtos de calda longa, com marcas de produtos de consumo de pequeno a médio portes (olha aí um celeiro de oportunidades, Merama). As principais categorias de produtos ofertados no momento são beleza e cosméticos, casa e decoração, mercearia e alimentação saudável. “Quanto mais marcas a gente tiver, mais participação de mercado teremos”, disse Marcos.

A proposta é funcionar como uma espécie de supermercado para pequenos e médios mercados. O conceito de marketplace B2B está ganhando força na América Latina com outros nomes como Clubbi e Souk explorando a mesma vertente que a Inventa e nomes com a Tul atacando nichos, como o setor de construção. Segundo Marcos, hoje as compras com a Inventa representam de 5% a 7% do que os lojistas que atuam com ela vendem – com alguns chegando a 50%. Até o fim do ano, o objetivo é ter 200 mil lojas. O número é grande, mas que Marcos considera pequeno frente à oportunidade: na América Latina não 15 milhões de microempresários, e no Brasil 5 milhões.

O uso de dados é um dos diferenciais competitivos explorados pela Inventa. Com isso, a companhia pode suprir de informações a indústria e também ajudar os lojistas a comprar melhor. Entre as possibilidades está a indicação de produtos que eles podem colocar à venda, tomando como base o comportamento de lojistas com perfil semelhante ao dele. “A gente mistura a intuição do comprador com big data”, explicou Marcos. A companhia também oferece crédito para que os lojistas consigam comprar melhor. Para as marcas, trabalhar com a Inventa faz sentido por se tratar de um canal de vendas adicional, já que o perfil de fabricante que ela procura não teria interesse, ou condições de chegar a lojas de pequeno porte. A Inventa fica responsável por todo o processo de logística, atendimento ao cliente e também análise de risco.

Na avaliação de Marcos, apesar de complicado, o atual cenário econômico pode ser interessante para a companhia por conta da dificuldade de concessão de crédito para o pequeno varejo. “A vida deles seria mais difícil se não tivesse a Inventa aqui”, disse.