Dos drones aos carros voadores, as startups de mobilidade aérea têm chamado a atenção do venture capital. No Brasil, o maior exemplo é a Eve, que nasceu da Embraer-X e levantou recentemente US$ 94 milhões em uma operação de aumento de capital junto a seus investidores. Focada em mercados imaturos, globais, e “com competição ainda difusa”, a Mergus Ventures não demorou para querer entrar nesse segmento.
A gestora participou recentemente de uma rodada seed de € 3,7 milhões da startup francesa HyLight, que fabrica drones dirigíveis movidos a hidrogênio. A rodada contou ainda com investimentos da Y Combinator, Ring Capital, Kima Ventures, Collaborative Fund, e do empresário americano Marc Tarpenning, co-fundador da Tesla.
Com o investimento na HyLight, a Mergus consolida a vertical de mobilidade aérea da gestora, que em 2022 havia realizado o primeiro aporte nesse segmento, com a participação em uma rodada da startup brasileira Moya, que fabrica veículos voadores para transporte de carga. Até 2025, a firma de venture capital projeta investir cerca de US$ 1,5 milhão nas duas empresas.
Em entrevista ao Startups, os managing partners da Mergus, Leonardo Cruz e Daniel Sarquis, afirmam que o segmento de mobilidade aérea tem potencial para crescer nos próximos anos, e que as empresas que saírem na frente no desenvolvimento dessas tecnologias terão vantagem competitiva.
“Nós acreditamos que a primeira onda não será com o transporte de pessoas, mas com aplicações que gerem mais eficiência para setores como o agronegócio, mineração, óleo e gás e até mesmo na área da defesa e segurança pública. Esses grandes setores da indústria, que hoje usam helicópteros, vão migrar rapidamente devido ao menor custo e eficiência energética dos drones de grande porte. Depois vai chegar a entrega domiciliar, o transporte de pessoas. Mas isso ainda está distante do investimento atual”, avalia Leonardo.
Com desafios na parte regulatória e um mercado sem líderes definidos, o segmento se enquadra na tese que a Mergus chama de “mercados imaturos”, em que a aceleração comercial ainda está começando a acontecer.
“Ter essas duas empresas no nosso portfólio é legal porque elas se complementam do ponto de vista de atuação. Elas não concorrem entre elas e nem mesmo com a Eve, que é mais focada no transporte de pessoas. Queremos liderar esse movimento ao investir em empresas que moldam o futuro da mobilidade”, aponta Daniel.