O SoftBank Group registrou o seu primeiro lucro anual em quatro anos, o que deve trazer algum alívio aos investidores após uma série de apostas mal sucedidas em tecnologia. Nesta terça-feira (13), o conglomerado japonês relatou um lucro de 1,15 trilhão de ienes (US$ 7,78 bilhões) no ano fiscal encerrado em março, revertendo o prejuízo de 227,6 bilhões de ienes do ano anterior.
Segundo a Reuters, o resultado foi impulsionado pelos 517 bilhões de ienes registrados entre janeiro e março. O valor é mais que o dobro do obtido no mesmo período do ano anterior, refletindo o bom desempenho das participações em telecomunicações e as maiores valorizações de startups em estágio avançado.
A guinada no desempenho do SoftBank expõe os altos e baixos de sua estratégia de investir em empresas de tecnologia com alto potencial de crescimento. O grupo já colheu frutos com o Alibaba, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico da China, mas também enfrentou prejuízos significativos, como no caso da WeWork.
Atualmente, o conglomerado japonês vive sua fase mais intensa de investimentos desde a criação dos Vision Funds, em 2017 e 2019. Desta vez, o foco está em empresas que lideram o desenvolvimento de soluções em inteligência artificial.
Em março, o fundo anunciou a aquisição da norte-americana Ampere, especializada em design de semicondutores, por US$ 6,5 bilhões. Já em abril, revelou planos para investir até US$ 40 bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT, sendo que até US$ 10 bilhões desse montante poderão ser distribuídos para outros co-investidores.
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O SoftBank também está financiando o projeto “Stargate”, uma iniciativa de US$ 500 bilhões voltada para o desenvolvimento de infraestrutura de IA nos Estados Unidos. O projeto conta ainda com o apoio da OpenAI, Oracle, MGX, além do respaldo do ex-presidente Donald Trump.
O Vision Fund 1 do SoftBank, focado em startups em estágio avançado, obteve um retorno de 940 bilhões de ienes durante o ano, beneficiado por uma valorização das participações em empresas como a Bytedance, dona do TikTok, e a plataforma de e-commerce Coupang. Por outro lado, o Vision Fund 2, que investe em startups em fase inicial, apresentou uma perda de 526 bilhões de ienes no período.
A incerteza gerada pela política comercial dos EUA afetou o mercado de listagens, tornando mais difícil para o SoftBank realizar a saída das mais de 300 empresas em seus portfólios no Vision Fund, o que limita sua capacidade de gerar grandes quantias para novos investimentos.
Entre as empresas afetadas, estão a fintech sueca Klarna, que em 2022 reduziu seu valuation em 85% e, no último trimestre daquele ano, registrou prejuízo superior a US$ 1 bilhão. A Klarna, assim como a rede hoteleira indiana Oyo e a fintech americana Chime, adiou seus planos de IPO no início de 2025.
No entanto, uma fonte consultada pela Reuters afirmou que os atrasos não devem durar mais do que alguns meses e que a incerteza não deve se prolongar por mais de um ano. Os Vision Funds do SoftBank têm aproximadamente US$ 36 bilhões em ativos em estágio avançado, que podem ser listados em breve, incluindo a OpenAI e o aplicativo de pagamentos PayPay.
