Lembra do que eu comentei na matéria sobre o balanço das rodadas para startups latino-americanas em setembro? Pode ver lá: “o late stage está acordando“. Eis que os números de outubro chegaram, e a afirmação continua valendo. O mês passado foi um dos melhores do ano em deals de equity, puxado principalmente por rodadas série C.
Segundo o levantamento mensal divulgado pela Sling Hub, foram US$ 765 milhões captados por startups em rodadas de financiamento, em um total de 61 negócios. De acordo com a consultoria, foi o maior volume de negócios desde maio, o melhor mês do ano, com US$ 1,2 bilhão contabilizado.
“O resultado representa um aumento de 69% em relação ao mesmo mês de 2023, mesmo com um número reduzido de rodadas, o que indica investimentos mais substanciais”, destaca o CEO da Sling Hub, João Ventura, no relatório.
Falando especificamente de equity, foram US$ 461 milhões em investimentos, distribuídos em 56 operações, maior valor desde junho. Esse volume representou 60% dos investimentos totais na América Latina em outubro e, segundo a Sling Hub, isso confirma a força das rodadas de participação acionária na composição do mercado.
Inclusive, olhando para os últimos quatro meses do ano, visto que julho e agosto foram ruins, a curva de crescimento se acentuou bastante. De setembro para agosto, o crescimento foi de 45%, e outubro viu o volume de investimentos subir 20% em relação a setembro.
Uma das respostas para o maior volume de investimentos está nas séries C – o levantamento contabilizou quatro rodadas deste tipo em outubro. Duas delas foram de startups mexicanas: a retailtech Justo, que também tem presença no Brasil, e a agtech Sistema Biobolsa.
Contudo, o maior destaque destes aportes veio do Brasil, com a impressionante rodada de US$ 820 milhões que a fintech Asaas levantou com a BOND, com participação do Softbank, 23S Capital e Endeavor Catalyst.
Completando a lista, está a também brasileira Agrolend, que levantou US$ 54,9 milhões com os fundos Creation, Syngenta Ventures, Vivo Ventures, L4 Venture Builder e ouros.
Analisando por países, o Brasil representa praticamente dois terços do volume total contabilizado em outubro, somando US$ 507 milhões – 66% do bolo total.
Quanto aos setores mais visados, as fintechs mantém a sua presença de destaque, representando uma fatia de 62% (US$ 476 milhões) no montante de investimentos realizados. Em segundo lugar ficaram as energytechs, com US$ 111 milhões (14%) captados. Por sua vez, as proptechs, o grande destaque na marca bilionária conquistada em maio, com US$ 367 milhões captados, nem ficou no top 5 do mês.