Investimento

Vertown capta R$ 7M com CVC da ArcelorMittal e Irani Ventures

Startup de gestão de resíduos quer usar recursos para aumentar seu faturamento em dez vezes nos próximos três anos

Guilherme Arruda, CEO da Vertown. Foto: Divulgação
Guilherme Arruda, CEO da Vertown. Foto: Divulgação

A startup de gestão de resíduos Vertown anunciou a captação de R$ 7 milhões com os fundos de Corporate Venture Capital (CVC) Açolab Ventures, da ArcelorMittal, e Irani Ventures. Os recursos serão usados para investir no ambicioso plano da empresa de aumentar seu faturamento em dez vezes nos próximos três anos.

A estratégia para alcançar esse crescimento tem duas frentes: desenvolvimento de produtos e marketing. Em entrevista ao Startups, o CEO da Vertown, Guilherme Arruma, conta que existe uma demanda crescente no mercado por soluções mais eficientes para a gestão de resíduos.

Em 2023, a empresa atingiu a marca de mais de 6 milhões de toneladas de resíduos processados na plataforma. Isso representa apenas 2% do volume de resíduos gerados por ano no Brasil, que é de cerca de 300 milhões de toneladas. “Nosso plano é chegar a 25 milhões de toneladas de resíduos processados nos próximos dois anos e ganhar ainda mais escala”, diz o CEO.

Além disso, Guilherme afirma que cerca de 40% dos resíduos ainda são destinados de forma incorreta, apesar de haver uma legislação que restringe esse tipo de prática. “O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) determina que as empresas são responsáveis pelo resíduo até o fim do seu ciclo de vida. Nós acompanhamos todo o processo, desde o transporte até a destinação final, e garantimos que a empresa está cumprindo a legislação”, explica.

Investimento com sinergia

Hoje, a plataforma da Vertown atende a mais de 2 mil empresas de diversos setores. Entre elas, gigantes como a BRF, do segmento alimentício, que tem mais de 100 unidades com os resíduos geridos pela startup. E a própria ArcelorMittal, que além de investidora também é cliente da empresa.

“A gente queria muito investidores que trouxessem não só o dinheiro, mas também a sinergia. Alguns dos produtos que vamos desenvolver com esse aporte são baseados em necessidades que temos percebido no nosso trabalho com a ArcelorMittal”, conta Guilherme.

O CEO também tem percebido um interesse maior por práticas ESG (environmental, social and governance) por parte das empresas, que têm buscado soluções para tornar seus negócios mais sustentáveis. “Com o ESG, começamos a ver empresas olhando mais para esses indicadores, o que tem feito com que outros tipos de clientes busquem a gestão de resíduos, como grandes redes de varejo, supermercados. Ajudamos a buscar soluções mais verdes, como a venda dos resíduos para indústrias que os usam como matéria-prima”, aponta.