O mercado de venture capital no país segue bastante aquecido e com cheques ainda mais gordos. Somente em agosto foram investidos US$ 772 milhões, distribuídos em 56 rodadas, segundo dados do Distrito. Isso representa um crescimento de 303% em relação ao mesmo mês de 2020, que registrou uma captação de US$ 191 milhões, com 45 investimentos.
Entre janeiro e agosto deste ano, as startups brasileiras já receberam cerca de US$ 6,6 bilhões em investimentos, em 457 aportes – o volume acumulado já supera em mais de 85% o arrecadado ao longo de todo o ano de 2020. Se esse ritmo se mantiver, o Distrito estima fecharmos 2021 com algo entre US$ 8 e US$ 10 bilhões de investimentos captados por startups nacionais.
Considerando os principais aportes feitos em agosto, 3 são rodadas série C, captadas por Omie, Unico e Petlove – de US$ 110 milhões, US$ 120 milhões e US$ 145 milhões, respectivamente. Uma extensão no valor de US$ 120 milhões da série E do QuintoAndar também contribuiu para a grande elevação dos números – somada a valores anteriores, a rodada já acumula US$ 755 milhões em investimentos.
“Os rounds acima de US$ 100 milhões estão cada vez mais frequentes, assim como a participação de fundos estrangeiros nas rodadas. O mercado brasileiro tem sido muito atraído pelo investimento estrangeiro, o que só fortalece todo o ecossistema”, afirmou Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, em evento on-line com jornalistas. O Softbank, por exemplo, participou de 3 das transações citadas anteriormente.
Fusões e aquisições
Com mais 26 fusões ou aquisições de startups realizadas em agosto, 2021 já acumula 160 acordos do tipo. Como esperado, as fintechs têm chamado mais atenção das empresas: foram 22 delas adquiridas até agora. Em seguida, estão as retailtechs (19) e martechs (14).
Nesta edição do relatório, o Distrito traz ainda uma análise acerca do perfil dos compradores dessas startups. Entre 2010 e 2020, as transações dessa natureza eram realizadas, principalmente, por empresas grandes já estabelecidas (60,4%). Apenas 30,2% desses acordos eram realizados entre startups. Os 6,6% restantes dividiam-se entre holdings e investidores institucionais.
No primeiro semestre de 2021 já se nota, entretanto, uma maior concentração de fusões e aquisições realizadas por ou entre startups. O modelo já representa 54,1% das negociações mapeadas pela plataforma, ante 36,4% das transações realizadas por grandes empresas.
Segundo o Distrito, o movimento pode ser explicado tanto pelo amadurecimento do ecossistema de inovação como um todo, como também pelo acirramento da competição em setores específicos como o de fintechs, no qual se vê com frequência uma startup mais madura comprando outras para ampliar seu portfólio.