Negócios

Investimentos em venture capital superam em mais de 4 vezes os aportes em private equity no 1º tri no Brasil

Investimentos em venture capital superam em mais de 4 vezes os aportes em private equity no 1º tri no Brasil

Os investimentos feitos em venture capital (VC) continuaram à frente dos aportes feitos em private equity (PE) no Brasil no 1º trimestre de 2021. Foram R$ 8,8 bilhões em transações, mais de 4 vezes acima dos R$ 1,9 bilhões aplicados em PE, segundo levantamento feito pela pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e pela KPMG. A virada tinha sido registrada pela primeira vez em meados do ano passado.

“A disrupção tecnológica e a multiplicação de empreendedores brasileiros de nível mundial criam as condições para que a indústria de VC viva um excelente momento no país”, disse Piero Minardi, presidente da ABVCAP, em comunicado. “O crescimento de empresas como as fintechs tem pouca correlação com a o PIB, enquanto o PE oscila mais em função do ambiente econômico, que tem sido bastante desafiador. Apesar do momento difícil da economia, a indústria de PE continua desempenhando papel notável na construção do mercado de capitais brasileiro e tem capital disponível para acelerar nossa retomada econômica”, completou.

Entre janeiro e março, 70 empresas receberam investimentos de VC e PE e divulgaram os valores das transações. O número representa um crescimento de 19% na comparação com o mesmo período do ano passado. Do negócios, 63 foram na categoria de VC, e 7, de PE. O número absoluto de empresas é maior se forem consideradas as empresas que não divulgaram os valores transacionados. Ao todo, os investimentos com valores divulgados no 1º trimestre somaram R$ 10,7 bilhões, um crescimento de 87% em relação ao ano passado.

“Neste 1º trimestre, os valores médios dos investimento na modalidade de venture capital continuaram subindo consolidando a tendência observada nos trimestres anteriores”, disse Roberto Haddad, sócio-líder de private equity e venture capital da KPMG. “É impressionante o apetite dos investidores estrangeiros pelas startups e empreendedores brasileiros, mesmo no atual ambiente desafiador. Além disso, temos acompanhado um volume expressivo de saídas, o que consolida ainda mais o ecossistema brasileiro de PE&VC”, completou.

O investimento médio por empresas foi de R$ 140 milhões em VC e de R$ 277 milhões em PE. Na comparação com o 1º trimestre de 2020, o ticket médio por empresa investida na modalidade de VC subiu 140%. Já o total de desinvestimentos somou R$ 7,8 bilhões.

Em relação ao perfil de empresas, as mais investidas são de serviços financeiros (24%) e tecnologia da informação (13%). Já na lista de segmentos de VC, as fintechs e insurtechs (startups da área de seguros) seguem no topo da preferência dos investidores, com 18% da quantidade de empresas investidas de janeiro a março. Na sequência, aparecem as adtechs e martechs (de publicidade e marketing) e healtechs (de saúde), ambas com 11%.