*Rodrigo Tognini, CEO e cofundador da Conta Simples
A cada novo ciclo fiscal, as regras para o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) se atualizam e impactam a realidade das empresas. Em 2025, essas mudanças prometem ser ainda mais relevantes para os negócios, à medida que visam trazer maior controle e transparência para as transformações digitais do ambiente empresarial. Isso exige muita precisão e um olhar estratégico dos gestores de despesas corporativas.
A apuração desse imposto costuma gerar insegurança até mesmo nas companhias mais organizadas. Não é para menos, já que muitas vezes as empresas erram por desconhecimento ou por falhas operacionais no dia a dia. Problemas no enquadramento tributário, gastos mal classificados e falta de documentação são comuns e levam a inconsistências, autuações e recolhimentos indevidos.
Além de definir o regime tributário mais adequado para a sua realidade (Lucro Presumido, Lucro Real ou Simples Nacional), as organizações devem entender que a gestão das despesas tem um papel decisivo para eliminar esses problemas. Não basta só acompanhar o fluxo de caixa, é essencial garantir que cada gasto esteja devidamente categorizado, com a documentação fiscal correta e a distinção clara entre o que é dedutível ou não.
Pontos de atenção
Entre os novos desafios ligados ao IRPJ que precisam ser destacados neste ano, está o endurecimento da fiscalização sobre criptoativos, operações no exterior e movimentações financeiras complexas. Empresas que operam com essas tecnologias ou em mercados internacionais precisarão redobrar a atenção sobre os dados informados, uma vez que a omissão ou o erro podem causar penalizações e comprometer a saúde financeira do negócio.
Outro aspecto que merece foco é a informalidade. Pequenos pagamentos fora do sistema oficial, ausência de notas fiscais ou registros incompletos ainda são práticas encontradas em muitas organizações. Com o avanço da digitalização e o cruzamento automatizado de dados pela Receita Federal, essas vulnerabilidades ficam mais expostas, mas são evitáveis se houver processos bem definidos.
As empresas que investirem em sistemas integrados de gestão, que permitam acompanhar finanças em tempo real e gerar declarações com mais segurança, terão menos dores de cabeça ligadas ao IRPJ. Hoje, já existem plataformas que automatizam a categorização de despesas e centralizam as informações financeiras, reduzindo erros humanos e melhorando a previsibilidade no fechamento contábil.
Além disso, apostar na tecnologia para integrar a situação operacional e fiscal garante um mar de novas possibilidades. Uma área financeira com ferramentas tecnológicas adequadas para os dias atuais atua não só como uma gestora de risco tributário, mas também revisa custos desnecessários e identifica oportunidades de otimização e investimentos.
Mais do que uma obrigação fiscal, o IRPJ pode ser um termômetro da saúde do negócio. Quando bem gerido, mostra os caminhos de melhoria operacional, eficiência tributária e fortalecimento da governança. Por isso, empresas que mantêm uma gestão de despesas estruturada ao longo do ano não temem o fechamento fiscal. Pelo contrário: se antecipam, analisam e tomam decisões baseadas em dados — transformando o que antes era apenas burocracia em vantagem competitiva.
O segredo está na preparação. Quem se adianta hoje, colhe os frutos amanhã.
*Rodrigo Tognini é cofundador e CEO da Conta Simples, principal plataforma de gestão de despesas no Brasil. Formado em Administração de Empresas pelo Insper, com especialização em Negócios e Empreendedorismo pela Columbia University, fundou a Conta Simples em 2019 com o propósito de transformar a gestão financeira de pequenas e médias empresas. Tognini sempre esteve envolvido na construção de ecossistemas empreendedores, como a Liga de Empreendedores do Insper.
Antes de ingressar no mundo das fintechs, também se dedicou ao esporte, defendendo a seleção brasileira de base no basquete. Sob sua liderança, a Conta Simples foi acelerada pelo Y Combinator e captou mais de R$ 300 milhões, consolidando-se como referência em gestão de despesas para PMEs. Em 2024, passou a integrar a lista da Under 30, da Forbes, que reconhece jovens talentos de até 30 anos que se destacam em diversas áreas, como negócios, tecnologia, esportes, entretenimento e impacto social.