Bruno Bannach, fundador do Jestor | Foto: Divulgação/Jestor
Bruno Bannach, fundador do Jestor | Foto: Divulgação/Jestor

A startup brasileira Jestor, acelerada pela Y Combinator, está apostando em um novo modelo de acesso para impulsionar seu crescimento e retomar os planos de internacionalização. A empresa, que desenvolve uma plataforma de gestão baseada em inteligência artificial, lançou o Plano Herói, com mensalidade de R$ 99 e usuários ilimitados, voltado para MEIs, micro e pequenas empresas.

O resultado veio rápido. “A gente não esperava que esse plano de R$ 99 fosse ser tão popular quanto ele foi”, afirma o fundador e CEO, Bruno Bannach. “Com quase dois meses, ele foi responsável por 95% do crescimento. A gente esperava que ele fosse crescer bastante em número de usuários, mas não achou que em termos de receita fosse tão relevante. Mas o que aconteceu foi o contrário, ele representou um crescimento importante em receita incremental.”

Criado a partir de conversas com empreendedores e empreendedoras que interagiam com a plataforma, o novo plano elimina um obstáculo comum entre pequenas empresas: a cobrança por usuário. Até então, o plano de entrada custava R$ 370 mensais, com um mínimo de cinco usuários. Agora, o valor é fixo e não há limite de acessos, permitindo que todos os colaboradores usem o sistema sem aumento de custo.

Com 120 mil usuários ativos mensais, a Jestor atende empresas como The Coffee, Asaas, Sebrae e Loft. A startup alcançou recentemente o breakeven, e agora prepara o terreno para crescer fora do país.

“Tem um pouquinho de cliente espalhado no mundo todo. A gente teve um período em que a maior parte dos nossos clientes era internacional. Quando veio a crise das startups em 2022, eu decidi voltar para o Brasil. Agora estamos olhando novamente para fora. Temos clientes no México, Estados Unidos e Europa, mas o maior foco será os EUA”, revela Bruno.

Segundo o empreendedor, o lançamento de um produto completo com custo acessível também será um diferencial na competição com os players internacionais.

“Houve um movimento grande dos nossos competidores em aumento de preço e restrição de funcionalidades. Então tentamos trazer algo que seja viável para a gente, porque precisamos ter lucro como qualquer empresa saudável, mas no menor custo possível para o nosso cliente. A ideia é que mesmo lá fora a gente seja agressivo nesse sentido de preço”, diz.

A inteligência artificial oferecida pela Jestor é proprietária no mecanismo de orquestração, mas baseada em vários modelos públicos do mercado. O objetivo é que o usuário consiga substituir planilhas e softwares de gestão (ERPs), criando uma plataforma própria e customizada.

“Apesar de personalizável, a ideia é que seja muito simples, porque o nosso foco não é o programador, mas sim a pessoa de negócio, que entende muito de processo, mas teria que assinar 10 ferramentas diferentes para gerir a empresa, ou acaba usando planilha”, explica Bruno.

Fundada em 2020, a Jestor já captou US$ 2,2 milhões com investidores como Canary, Rebel, FundersClub, Soma Capital e anjos de peso como Renato Freitas (99), Paulo Silveira (Alura e FIAP) e Oliver Pomel (Datadog).

Para ano que vem, a expectativa é levantar uma nova rodada de investimentos, para impulsionar o crescimento e a expansão internacional.