A Juros Baixos, plataforma de comparação e contratação de ofertas de crédito para o mercado brasileiro, está expandindo seus serviços com a aquisição da corretora de seguros Segnos. Com o negócio, de valor não aberto, a empresa quer diversificar seu portfólio, adicionando opções de seguros às ofertas de crédito que são o carro-chefe da fintech.
A aquisição foi feita pelo modelo de troca de ações, e pelos termos do negócio o CEO da Segnos, Erasmo Gomes, será o Head de Seguros da Juros Baixos. Com a fusão, a empresa conta atualmente com cerca de 40 colaboradores.
Segundo destacou o fundador e CEO da Juros Baixos, Guilherme Nasser, em entrevista ao Startups, a entrada no segmento de seguros já era algo planejado pela companhia desde a rodada de crowdfunding que a Juros Baixos levantou em 2021, quando captou R$ 3 milhões via Captable.
“A nossa estratégia para entrar em seguro sempre foi pensada no formado de esteira de vendas. É algo que começa um tanto menos tecnológico que os seguros, já que seguradoras ainda tem poucas APIs”, pontua Guilherme, explicando como a chegada de uma seguradora de porte mais modesto e de atuação mais offline pode agregar à operação da fintech.
“Foram oito meses de trabalho intenso em que os resultados foram tão positivos que chegamos a este anúncio. Nosso know-how em seguros contribuirá muito para os serviços da Juros Baixos, cujos clientes terão acesso a seguros ofertados de empresas de renome no setor como: Porto Seguro, Allianz, Liberty, Mapfre, CNP, SOMPO, Tokio Marine, Bradesco Seguros, MAPFRE, Azul Seguros, SulAmérica e outros”, explica Erasmo Gomes, CEO da Segnos e agora executivo da Juros Baixos.
Na visão do CEO da Juros Baixos, a Segnos traz o time e o know-how de vendas e de prospecção, e vai permitir à plataforma oferecer e comparar seguros de diferentes players do ramo. “O modelo que temos agora é resultado de uma parceria que iniciou no ano passado, pela qual trouxemos parte da operação da Segnos para o digital. Os usuários colocam no site o tipo de seguro que procuram, e nosso time de vendas oferece opções em atendimento via WhatsApp“, explica.
Ainda é um modelo menos avançado comparado ao que a Juros Baixos faz com sua plataforma de crédito, onde já consegue rodar simulações direto nos sistemas das instituições financeiras. Segundo Guilherme, parte desta diferença em tecnologia está também nas seguradoras, que ainda estão começando a oferecer APIs que permitem rodar cotações em tempo real. Segundo ele, à medida que estes serviços se tornarem mais inteligentes, a plataforma da Juros Baixos vai se atualizar junto.
Apesar dos pesares, Guilherme acredita no potencial da oferta, e a meta para este ano é dobrar a base de apólices que a Segnos trabalha atualmente, que é de mil contratos. “Estamos focados em fortalecer nossa geração de renda recorrente, e os seguros serão importantes nesta estratégia”, pontua.
Expandindo o portfólio
Mesmo com a aquisição, a parte de crédito da Juros Baixos ainda será o ponto focal da companhia durante 2023. Contudo, segundo Guilherme, 2022 não foi um grande ano para o mercado de empréstimos, devido à alta dos juros, algo que ironicamente não ajuda em nada o nome da empresa.
Para se adaptar aos desafios do mercado, a Juros Baixos abriu seu leque de opções, passando a oferecer opções de crédito com garantia (veículo, imóveis, celular), uma tendência que deve se manter mais popular em 2023, na avaliação do CEO. “Para o próximo ano também queremos entrar na parte de crédito consignado”, explica.
Atualmente a plataforma conta com mais de 2,5 milhões de cadastros e uma média de 150 mil novos usuários mensais. A plataforma compara as condições de empréstimos em mais de 14 instituições plugadas no site via API e ajuda na escolha do crédito mais barato e mais alinhado ao objetivo do cliente. A empresa conta com mais de meio milhão de visitas mensais em seu site e entre os planos para o futuro estão a oferta de monitoramento de score de crédito.
Com a chegada da Segnos, o plano da Juros Baixos é criar produtos que se alinhem com seu público principal – ou seja, aquele que está tomando crédito. O primeiro deles, que deve ser lançado nos próximos meses, será o seguro perda de renda, um produto que, conforme explica o CEO, ainda é pouco difundido no mercado, e pode ter apelo com o público que contrata crédito na plataforma.
Guilherme afirma que 80% público da fintech está nas faixas C, D e E, onde a penetração dos seguros ainda é baixa, e que os players de seguros tem dificuldades de vender. Segundo o executivo, a união de forças com a Segnos chega para estabelecer sinergias para converter essa parcela do público.
“O plano da Juros baixos é colaborar para uma população saudável financeiramente, e isso é muito difícil sem uma alta adoção de seguros”, finaliza o CEO.