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Kovi investe R$ 5 mi nas telinhas da Zanzar

Kovi investe R$ 5 mi nas telinhas da Zanzar

Em seu 1º grande movimento depois da rodada de R$ 500 recebida em agosto, a Kovi fez um investimento de R$ 5 milhões na mineira Zanzar, companhia que coloca telas de alta resolução nos carros de motoristas de aplicativos, a chamada in-car media.

A compra da fatia minoritária no negócio é curiosa tendo em vista que o objetivo da série C da Kovi foi justamente ampliar seu escopo de atuação, de olho na oferta de carros por assinatura.

Segundo Bruno Poljokan, diretor de receitas (CRO) da Kovi, não há nenhuma inconsistência na estratégia. “Os motoristas de aplicativos serão sempre uma parte relevante do nosso negócio. Então vamos sempre olhar para melhorar a experiência deles. A gente não quer parar de crescer com esse público. Queremos acelerar a expansão com os outros”, explica. Va bene.

Use of proceeds

Com o investimento, a Zanzar pretende multiplicar por quase 20 vezes o número de telas que tem em operação atualmente, passando das 300 que tem hoje em Belo Horizonte para 5,5 mil. A expansão acontecerá principalmente pelo desembarque em São Paulo, onde ela fez um piloto recentemente. O número de 5,5 mil representa uma penetração de pouco mais de um quarto da frota que a Kovi pretende ter até o fim do ano.

Segundo Herbert Viana, fundador da Zanzar, ao atingir essa base, a companhia estima que chegará a uma audiência de 6 milhões de pessoas por mês, com potencial de 15 milhões de impactos, tornando-se assim uma mídia bastante relevante para marcas. A ideia é usar esse alcance aliado a dados para exibir anúncios dentro do contexto de local e perfil do passageiro. “Falamos para um média de 1,7 pessoas. O nível de dispersão é muito baixo quando comparado com outras opções de publicidade OOH [out of home]”, diz Herbert.

Depois de atingir a meta, a Zanzar pretende avançar para o resto do Brasil e até para fora, aproveitando o movimento de expansão da Kovi – que já opera no México e tem pretensões regionais.

Ao usar a Kovi como canal de distribuição, a Zanzar reduz seu custo de aquisição e também aumenta o tempo que o motorista permanece na sua base, uma vez que a tela já está instalada no carro, avalia Bruno.

Modelo de negócios

Zanzar se remunera pela venda de publicidade em suas telas. Dentre as marcas que já anunciaram estão TIMBanco InterUnimed Belo HorizonteO Boticário e Volkswagen. Diferentemente de outras empresas como a Mobees, não remunera diretamente o motorista por usar seu serviço. O “pagamento” é feito por um programa de benefícios que inclui descontos e outras vantagens. Além disso, a nota dos motoristas tende a aumentar, uma vez que os passageiros se sentem mais satisfeitos durante a viagem. Segundo Herbert, o objetivo é desenvolver novas ofertas e produtos, inclusive a possibilidade de remuneração direta aos motoristas.

Será que rola?

Telas instaladas dentro de táxis são comuns nos EUA, mas nunca decolaram no Brasil. Segundo Herbert, o momento é outro, com as pessoas mais acostumadas e propensas a usar telas durante uma viagem. Além disso, a tecnologia desenvolvida pela companhia (um tablet customizado que fica em um uma carcaça de plástico ABS com fonte de alimentação própria com registro de patente requerida pela Zanzar) é mais amigável e voltada ao entretenimento e informação. “Não adianta você só ficar colocando publicidade”, diz ele.

Hoje a Zanzar trabalha com a distribuição de conteúdos de terceiros. Entre seus parceiros estão DisneyGlobosatAbril e UOL. Mas a ideia é investir mais na produção própria. Uma das vertentes que serão exploradas é a inclusão de jogos simples, como jogo da velha e trivias.

Pós-rodada

Segundo Bruno, a Kovi ainda está sofrendo com os efeitos da falta de carros no mercado. Mas a expectativa é que a situação comece a ficar melhor no começo de 2022. Apesar disso, a companhia tem conseguido manter seus planos de crescimento. “No Brasil estamos batendo recorde de motoristas ativos e consequentemente de receita. No México a expansão está bem mais rápida do que aqui porque destravou mais rápido [mas a base no país também é menor]”, conta.