Legaltech

Leggal capta R$ 1,7M para emplacar cuidado jurídico como benefício

Após rodada com participação da DOMO.VC e Anjos do Brasil, empresa quer acelerar oferta e fechar ano com R$ 2,5M de receita

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Taiane Lima e Diego Battistela, fundadores da Leggal | Foto: divulgação
Taiane Lima e Diego Battistela, fundadores da Leggal | Foto: divulgação

Nos últimos anos, já vimos muitas startups tentando emplacar alguma novidade como benefício corporativo. Entretanto, cuidado legal no pacote de benefícios é algo que ainda não tínhamos visto — e é apostando nesse ineditismo que a Leggal quer se expandir no mercado. Para isso, a empresa acaba de levantar uma rodada seed de R$ 1,7 milhão, liderada pela DOMO.VC.

Com o aporte — que também teve a participação da Anjos do Brasil e de executivos da Mastercard, Machado Meyer, OLX e Endeavor — o plano da companhia é acelerar seu roadmap de produtos e expandir sua estratégia comercial para crescer além dos 30 mil usuários que possui atualmente. A companhia não divulgou o número de empresas atendidas, mas a meta de faturamento até o fim de 2025 é de R$ 2,5 milhões.

Agora com o caixa reforçado, o foco da Leggal é impulsionar o produto Legal Care, serviço de cuidado jurídico que oferece acesso a suporte completo e contínuo para colaboradores e clientes de empresas. Segundo destaca a startup, a solução integra tecnologia, IA e atendimento humanizado, disponibilizando uma lista de advogados especializados de forma rápida, acessível e descomplicada.

Conforme explica o CEO e fundador Diego Battistela, a oferta é inspirada em uma tendência consolidada nos Estados Unidos, onde 55% das empresas da Fortune 500 já oferecem suporte jurídico como benefício. “Estamos revolucionando a forma como as pessoas enfrentam seus desafios jurídicos: sem medo, sem burocracia e com suporte real desde a primeira dúvida até o momento mais crítico, fortalecendo o acesso à advocacia”, afirma Diego.

Explicando as vantagens

A ideia de fundar a Leggal surgiu em 2017, após Diego perder o pai em um acidente de carro na Holanda. Enquanto a família tomava as providências jurídicas no país, sua irmã, residente na Holanda, comentou que contava com um plano de assistência jurídica que cuidou de todo o processo — algo que não existia até então no Brasil.

Em 2023, a ideia ressurgiu quando Diego se deparou com um post nas redes sociais. “Vi no meu feed uma mulher dizendo que havia perdido a guarda do filho e estava fazendo uma vaquinha de R$ 20 mil para contratar um advogado. Na hora, pensei: se ela tivesse algum tipo de suporte jurídico, não estaria passando por isso”, relata. A partir disso, uniu forças com a sócia Taiane Fraga Lima, que já tinha ampla experiência em empresas de benefícios, fundando a Leggal.

Contudo, em um mercado brasileiro que apenas nos últimos anos começou a acordar para a realidade de benefícios adicionais nas empresas, como vender a ideia do apoio jurídico como benefício? Para isso, Diego se baseia em um estudo da MetLife. O levantamento mostra que 77% dos brasileiros estão endividados e 54% inadimplentes.

Além disso, cerca de 50% dos casamentos no Brasil terminam em divórcio, sendo que 84% envolvem litígios. Ainda de acordo com o levantamento, 16% do absenteísmo está relacionado a problemas legais, e 47% dos trabalhadores afirmam que isso afeta sua produtividade.

“Com o movimento relevante em direção à NR-1, que fortalece o cuidado com a saúde mental, fica claro que as questões jurídicas estão profundamente conectadas a esse tema — muitas vezes sendo a causa raiz do desequilíbrio emocional. Por isso, oferecer suporte jurídico não é apenas um benefício, mas uma estratégia para promover bem-estar integral”, destaca Diego.

Do lado da DOMO.VC, investir na Leggal é apostar em uma solução em alta no mercado internacional e que tem potencial de ganhar tração no Brasil. “Estamos observando uma tendência de crescimento desse tipo de produto lá fora, e acreditamos em um caminho semelhante no Brasil”, afirma a gestora, em nota enviada ao Startups.