Legaltech

SuperSign avança entre PMEs e abre rodada para crescer na América Latina

Com 10 mil usuários, legaltech busca aporte pré-seed e mira R$ 800 mil em faturamento no primeiro ano

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SuperSign
Éder Fonseca, fundador da SuperSign (Foto: Divulgação)

A SuperSign, legaltech brasileira especializada em assinatura digital de documentos, se prepara para a próxima fase de crescimento com o objetivo de consolidar sua presença na América Latina. Fundada em São Paulo por Éder Fonseca, a startup busca sua primeira rodada de investimentos e procura um co-founder para fortalecer a gestão e acelerar a expansão das operações com rapidez e consistência.

“Durante anos, pensei que o mercado de assinatura digital já estava saturado, com grandes plataformas como DocuSign e Clicksign. Mas, ao analisar o setor, percebi um gap no atendimento a pequenas e médias empresas, já que os players tradicionais focam em clientes enterprise”, afirma Éder, em entrevista ao Startups.

A virada aconteceu no ano passado, quando o empreendedor foi selecionado pelo Google for Startups para um programa de aceleração que transformou a ideia em produto em apenas três meses. Segundo ele, a SuperSign conquistou 10 mil usuários e 200 clientes pagantes em menos de um ano de operação.

Com uso de IA, a plataforma oferece resumos automáticos de contratos, análise de riscos e indicadores que ajudam pequenas empresas a compreender melhor os documentos que assinam. “As ferramentas nos ajudam a quebrar barreiras jurídicas, já que, muitas vezes, pequenos negócios não têm orçamento para advogados”, destaca o CEO.

Recentemente, a startup começou a desenvolver um módulo de verificação de identidade para assinatura digital, capaz de identificar indícios de fraude em contratos. “Nosso objetivo é oferecer mais segurança para pequenas empresas, que muitas vezes não dispõem de ferramentas sofisticadas para se proteger”, explica Éder.

Ao mesmo tempo, a SuperSign mantém um diferencial humano: o suporte ao cliente. Enquanto concorrentes investem fortemente em bots de atendimento, a startup mantém o contato direto com operadores. “O desafio das empresas é não aplicar IA em tudo, mas sim onde faz sentido. Na SuperSign, usamos IA para gerar vantagens competitivas, mas o atendimento da PME precisa ser humano. Isso tem nos trazido muito retorno positivo”, afirma.

Ganhando escala

Após validar o produto no mercado, a prioridade da SuperSign agora é estruturar a área comercial. Para isso, Fonseca busca um co-founder com perfil de Chief Revenue Officer (CRO), capaz de liderar o crescimento em vendas. “Venho da área de marketing e tecnologia, mas para dar o próximo salto precisamos de alguém full-time em receita, que complemente a minha atuação para que continuemos a crescer com rapidez e rentabilidade”, diz.

Em paralelo, a startup abriu sua primeira rodada de investimentos, ainda a definir entre os estágios pré-seed e seed, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento tecnológico e expandir a base de clientes. A expectativa é faturar R$ 800 mil no primeiro ano de operação comercial, que se encerra em fevereiro de 2026.

“Queremos usar o dinheiro de forma estratégica, para crescer de maneira consistente. A ideia é buscar um fundo que tenha visão de médio e longo prazo e nos apoie na construção de uma das principais plataformas de assinatura digital da América Latina”, afirma Éder. Os planos incluem o aprimoramento das ferramentas de IA e a redução de fraudes.

A movimentação acontece em um momento aquecido para o setor. Nos últimos anos, a colombiana Truora adquiriu a brasileira ZapSign, especializada em assinatura eletrônica de documentos, e a D4Sign foi vendida para a multinacional Zucchetti por R$ 180 milhões. Segundo dados da Grand View Research, o mercado global de assinaturas eletrônicas deve alcançar US$ 38,16 bilhões até 2030.