A Leoparda Electric é jovem no mercado brasileiro – foi lançada em setembro – mas já aproveitou para rever a sua marca e começar 2023 focada em crescer. Agora chamada Vammo, a startup de mobilidade elétrica quer expandir a sua rede de motos e estações de recarga como serviço.
Segundo os fundadores, os norte-americanos Jack Sarvary (ex-Rappi) e Billy Blaustein (ex-Tesla), o novo nome – uma alusão ao termo informal “vamo” – tem como missão aumentar a conexão com seu principal público-alvo: os motoboys. “O nome Leoparda não estava conectando com esse público, então buscamos um nome simples que refletisse o dia-a-dia destes motoboys”, explica Jack, em entrevista ao Startups.
Para marcar este novo momento no mercado, a companhia importou 100 motocicletas elétricas para o início das operações B2B e B2C. Assim, já são seis estações espalhadas pela cidade de São Paulo, mais especificamente nos bairros de Santo Amaro, Vila Olímpia, Pinheiros, Jardins, Pacaembu e Tatuapé. A capital paulista é, por enquanto, a única área de atuação da startup.
O modelo da Vammo é baseado na oferta de motos como serviço, em que motoristas pagam uma mensalidade fixa pelo aluguel da moto, mais acesso às estações de troca de bateria. Dos 100 veículos trazidos do exterior, 55 serão destinados para motoboys profissionais, 40 para empresas de grande porte e cinco para o uso geral por qualquer pessoa.
Já está nos planos da empresa adquirir mais motos em fevereiro, aumentando o número para 200. “Estamos trabalhando tanto com fornecedores internacionais quanto fabricantes brasileiros”, explica Billy, chamando a atenção para o fato que a Vammo quer trabalhar em parcerias com fabricantes. “Nossa competição com este serviço não é com outros players elétricos, e sim com os postos de gasolina”, dispara Jack, mostrando que quer “comprar briga” com o mercado tradicional, e não dentro de um nicho.
O potencial existe de sobra: existem hoje cerca de 50 milhões de motocicletas pelas ruas do continente, sendo que o Brasil concentra boa parte desse montante. No entanto, apenas 1% delas são elétricas, segundo dados da Mckinsey.
A Vammo possui três planos de assinatura voltados para os motoboys, todos eles com trocas ilimitadas de bateria, manutenção inclusa com direito à moto reserva, além de seguro e IPVA inclusos. O que difere cada plano é o tipo da motocicleta utilizada – com diferentes velocidades máximas e autonomias de rodagem e, obviamente, o preço.
Contudo, segundo explica Billy Blaustein, as faixas de preço foram pensadas para atender a realidade de seus consumidores em potencial. “Conseguimos chegar a um preço atraente para o público que buscamos, que consegue ser de 10% a 30% mais barato do que pagar uma prestação de financiamento mais os custos com gasolina”, afirma Billy.
Parcerias e expansão
Além da oferta própria, a Vammo deverá continuar em 2023 o seu plano de crescimento via parcerias B2B, algo que ela já tinha começado no fim do ano passado. A empresa firmou um acordo com a Riba, empresa de venda, compartilhamento e aluguel de motocicletas elétricas no país e com experiência de 10 anos operando frotas. Com isso, cerca de 100 motocicletas elétricas do parceiro já contam com a solução de troca de baterias ao redor da cidade.
Atualmente, as estações de troca de baterias ainda são feitas de forma manual, com o apoio de funcionários da Vammo em cada posto. Entretanto, a companhia já está trabalhando no desenvolvimento de estações de self-service, algo em linha do que a Voltz, fabricante nacional de motos elétricas, anunciou no ano passado com as suas Estações Voltz.
Por falar em estações, o foco da companhia é ampliar rapidamente a cobertura de trocas de bateria na capital paulista: “Queremos chegar a 50 antes do terceiro trimestre do ano”, afirma Jack, sem dar detalhes se até lá as unidades de autoatendimento já estarão prontas.
Quanto à entrada da Vammo em outras cidades, Billy revela que o plano é começar esta expansão ainda em 2023, o que pode ser acelerada com possíveis contratos B2B que venham a ser assinados. “Várias empresas grandes com frotas têm interesse em adotar motos elétricas, e com isso podemos levar nossa rede para outras áreas de atuação”, completa.
Tá, mas e o dinheiro para cumprir estes planos de expansão? No momento, dinheiro no caixa a companhia tem: a operação começou com um aporte de US$ 8,5 milhões co-liderado pela monashees e pelo fundo norte-americano Construct Capital. Segundo Jack, no momento, mesmo com os investimentos em importação de motos e baterias, o runway está tranquilo. “Não planejamos nenhuma rodada este ano, apesar de sempre estarmos em conversas com investidores”, finaliza.