
A última vez que a nstech anunciou aquisições foi em novembro do ano passado, quando comprou duas em uma única tacada. No primeiro semestre de 2025, a companhia preferiu focar em iniciativas internas e não foi às compras. Entretanto, abrindo a segunda metade do ano, a companhia ligou novamente o motor de aquisições, reabastecendo o tanque para novas compras.
A alusão ao tanque de combustível não é uma mera coincidência. O primeiro M&A da nstech no ano foi da Gasola, startup especializada em gestão e pagamento de combustíveis. É o primeiro movimento da companhia nesse segmento e, segundo o CEO Vasco Oliveira, era algo que a nstech já mirava há tempos.
O valor do negócio não foi divulgado, mas segundo dados divulgados pela compradora, a Gasola atualmente atende mais de 200 clientes e vem crescendo mais de 6% ao mês, atuando em um mercado endereçável de R$ 1,7 bilhão.
“Já tínhamos conversado com a Gasola no passado. A gestão de combustível era algo que sempre planejamos para nosso portfólio, por ser uma dor comum no setor logístico. Em média, no mercado brasileiro, combustível responde por 35% dos custos logísticos, e agora temos uma solução para ajudar os clientes nesse desafio”, explica Vasco, em conversa com o Startups.
O CEO explica que o principal ganho que a Gasola traz à suíte de soluções da nstech vem dos pagamentos e gestão de compras de combustíveis para as frotas. “Funciona como uma conta digital. É um produto que concorre principalmente com players tradicionais de vale-combustível”, explica.
Conforme destaca a nstech em comunicado, a adição da gestão de combustível ao portfólio soma-se a funcionalidades já disponíveis, como conta digital, pagamento de frete, vale-pedágio e crédito, fortalecendo o ecossistema digital e simplificando a jornada de transportadores, operadores logísticos, embarcadores e motoristas autônomos.
Para o CEO, o plano com o novo M&A é tanto o de trazer novos clientes, atendendo empresas que ainda não têm uma suíte integrada de soluções logísticas, quanto o de integrar uma nova funcionalidade para atender sua base existente. “Olhando o ICP da Gasola, a gente tem mais de 50 mil iguais na nossa base”, dispara Vasco, sem revelar expectativas de faturamento.
Crescimento dentro e fora de casa
Perguntado sobre a diminuição do ritmo de M&As no começo de 2025, Vasco preferiu falar sobre os esforços internos que a nstech tem feito. Distante dos anos iniciais da companhia, quando aproveitou os bolsos fundos da Tarpon para iniciar sua estratégia agressiva de expansão através de compras — desde 2021 foram 36, incluindo a Gasola — a companhia agora também tem investido para criar soluções dentro de casa.
“Nossa lógica não é a de crescer fazendo M&A só pelo M&A. Analisamos as necessidades dos clientes e avaliamos se é melhor fazer algo internamente ou ir ao mercado”, explica Vasco, revelando que atualmente a logtech conta com cinco projetos próprios sendo tocados dentro de casa.
“No começo, como tínhamos muitas dores a resolver e mercado a conquistar, era mais natural começar nosso ecossistema a partir de mais M&As, mas estamos equilibrando essa estratégia agora”, afirma o CEO, inclusive dizendo que essa nova postura reduziu o ritmo de compras no ano passado, quando fechou quatro aquisições. “Quase todas elas foram para entrar em novas verticais”, acrescenta.
Contudo, com uma receita recorrente anual acima de R$ 1 bilhão, 75 mil clientes e gerando caixa, a nstech não pensa em deixar de lado sua esteira de M&As. “Estamos sempre olhando para o mercado”, dispara Vasco, revelando que a tendência é manter um ritmo de três a cinco deals por ano — uma estratégia que também passa pelas operações internacionais da companhia, como a mexicana. “No México, estamos crescendo numa média acima do Brasil, inclusive”, finaliza Vasco.