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A Skydropx, uma das principais logtechs do mercado mexicano, decidiu entrar no Brasil de forma impactante. No fim do ano passado, a empresa concluiu a compra da Frenet, primeiro passo de uma estratégia maior que inclui um plano de investimentos de R$ 50 milhões no país, abrangendo a aquisição da Frenet.
Com a compra, um negócio realizado com a Sequoia por R$ 31,5 milhões (menos do que os R$ 35 milhões que a gestora pagou em 2021), a Skydropx já ingressou no país com 15 mil clientes de grande porte. A meta, ao unir as duas operações, é superar 200 mil empresas atendidas e alcançar um crescimento de até 68% nos próximos cinco anos.
Segundo Tavo Zambrano, CEO da Skydropx, o caminho para essas metas virá das sinergias entre as operações mexicana e brasileira. No México, assim como na Colômbia (outro país onde tem operação), a companhia atende mais empresas de pequeno e médio porte, com tecnologias otimizadas para esse perfil.
“A Frenet, por sua vez, tem como ponto forte o atendimento a grandes contas, cada uma com centenas de milhares de entregas. Com a sinergia entre as duas operações, teremos todas as funcionalidades para atender desde os maiores até os menores clientes em todos os mercados onde atuamos”, destaca Tavo, em conversa exclusiva com o Startups.
De acordo com o CEO, para o primeiro ano de integração entre as operações, a expectativa é crescer rapidamente, passando de 150 milhões de remessas processadas e alcançando 50 mil clientes ativos utilizando suas plataformas.
“México e Brasil representam cerca de 50% das oportunidades de mercado na América Latina, e esse investimento levará nossa companhia a uma receita de mais de US$ 100 milhões ao ano, um marco que nos coloca no mesmo porte de grandes companhias nos EUA e Europa”, afirma.
Próximos investimentos
Com metas e orçamento definidos, os próximos passos após a compra e integração da Frenet já estão traçados. Do montante de R$ 50 milhões alocado para a operação brasileira, a companhia prevê a ampliação do time de operações, além do desenvolvimento e implementação de novos serviços e tecnologias.
Além disso, Tavo revela ao Startups que, nos próximos meses, a Skydropx abrirá seu escritório no Brasil, que será em Curitiba. “Temos um apreço por nos estabelecer fora dos grandes centros. São Paulo seria uma escolha óbvia, mas Curitiba foi a opção ideal para nós”, afirma o executivo. No México, a sede da Skydropx fica em Tampico, cidade de 300 mil habitantes, a 500 quilômetros da Cidade do México.
Atualmente, a operação brasileira da Skydropx conta com 90 colaboradores, mas a expectativa de Tavo é encerrar o ano com cerca de 200. Metade desse número ficará na capital paranaense, enquanto a outra parte atuará remotamente.
Quanto ao caixa para financiar os planos de crescimento, o CEO garante que a empresa está em um ótimo momento. Até agora, a companhia levantou cerca de US$ 27 milhões — sua última rodada foi em 2021, quando captou uma Série A com os fundos Base10 Partners, Cometa e 645 Ventures.
“No momento, não estamos interessados em buscar novos investimentos. Claro que sempre poderíamos utilizar um capital extra para acelerar nosso ritmo de crescimento, mas não é algo necessário agora”, finaliza