Promessa é dívida, ou melhor, aquisição. Como já vem falando há algum tempo, a Celcoin mantém o apetite por novos M&As. Nesta quinta-feira (9), a empresa especializada em infraestrutura financeira anunciou a compra da startup Regulatório Mais (Reg+). O valor e os termos da transação não foram revelados. É a quarta aquisição feita pela Celcoin em dois anos.
Fundada no ano passado, a Reg+ opera com o conceito de “regulatório as a service”. Permite, assim, que fintechs e instituições financeiras cumpram os requisitos do Banco Central, da Receita Federal e das Secretarias de Fazenda. A tecnologia possibilita, por exemplo, envio de relatórios e arquivos financeiros, contábeis e fiscais, como CADOCs BACEN (inclusive contábil e crédito), DIMP, Cálculo de Patrimônio de Referência e PDD (novo modelo IFRS9), entre outros.
À frente da Reg+ estão executivos experientes no setor financeiro e em regulação bancária, como André Gibbon (ex-BV e Itaú), Luiggi Senna (ex-Dock e BTG Pactual), Cassio Damasceno (ex-Captalys e Zoop) e Vanessa Fialdini (sócia do escritório Fialdini Advogados). O portfólio de clientes inclui as fintechs Asaas, Clara, NG Cash, Trio e PartnerBank.
“Com a aquisição da Reg+, conseguiremos atender uma demanda recorrente de nossos clientes já regulados pelo BC e preencher esta lacuna do mercado, que ainda dependia de soluções legadas. Adicionalmente, estaremos integrando a solução da Reg+ na vertical de banking da Celcoin”, afirma Marcelo França, CEO e cofundador da fintech, em nota.
Receita de R$ 318 milhões
As soluções da Celcoin estão divididas em três verticais: pagamentos, banking e crédito. Atualmente, a companhia soma mais de 400 fintechs e bancos digitais conectados à sua plataforma. Além delas, fazem parte da base mais de 6 mil médias e grandes companhias. Juntas, elas processam mensalmente R$ 17 bilhões. No primeiro trimestre de 2024, a Celcoin registrou receita anualizada de R$ 318 milhões. O valor representa mais do que o dobro em relação a igual intervalo do ano anterior.
Fundada em 2016 por Marcelo França e Adriano Meirinho, a empresa recebeu R$ 170 milhões em investimentos — a última captação foi em 2022. Seguindo uma estratégia de consolidação de mercado, a fintech já comprou Galax Pay (de cobrança e subadquirência), Flow Finance (infra de crédito) e Finansytech (de Open Finance).