No fim de setembro, a catarinense Softplan anunciou uma captação de R$ 250 milhões em uma operação de debêntures liderada pelo Bradesco BBI, que já havia coordenado a primeira captação da companhia (de R$ 130 milhões em 2022). Com a nova injeção de capital, a companhia está se preparando para um novo “sprint” de crescimento – e possíveis novas aquisições.
“A captação que realizamos fortalece a nossa capacidade de investimento e permitirá uma aceleração mais visível a partir de 2025, investindo em inovação, expansão de mercado e na melhoria contínua dos nossos produtos”, respondeu o CEO do Grupo Softplan, Eduardo Smith, em conversa com o Startups.
Em 2023, o Grupo Softplan anotou cerca de R$ 653 milhões em receita, um crescimento de 23% sobre o ano anterior. Para 2024, a o plano é manter um crescimento na mesma linha, chegando aos R$ 803 milhões em receita líquida – para 2025, porém, a meta é acentuar mais a curva de crescimento.
Para sustentar estes planos, a empresa vai fazer o que sabe bem: comprar. Desde 2020 com uma máquina ativa de M&As, a companhia fez nove aquisições e gastou cerca de R$ 400 milhões em aquisições. As nove empresas já compradas pela Softplan foram Projuris, Construtor de Vendas, Justto, eCustos, Prevision, Checklist Fácil, Deep Legal, Refera e Construmarket.
Este ano, a Softplan comprou em maio a Deep Legal – antes disso, em agosto do ano passado, comprou por um valor não divulgado a Construmarket, de soluções de inteligência para construção civil e facilities. Na época, Smith destacou que a Softplan tinha planos de chegar aos R$ 500 milhões em investimentos para M&As.
Segundo o CEO, a empresa está focada em ampliar sua oferta de soluções, ampliando participação em verticais como Inteligência Legal, Construção Civil, Setor Público e Eficiência Operacional.
“Em 2025, vamos focar na expansão de nossas soluções, além de dar continuidade ao fortalecimento das atuais. Seguiremos a nossa estratégia de crescimento inorgânico, estudando fortemente em aquisições que se conectem a nossa cultura e planejamento. Queremos reforçar pontos como a ampliação da nossa oferta de produtos integrados e explorar novas frentes que irão desde o suporte em cidades inteligentes, gestão pública digital e digitalização de processos no setor privado, por exemplo.”, destaca o CEO.
Se aproximando do do bilhão em faturamento, a Softplan aos poucos de aproxima de uma marca que a habilita para um próximo grande passo, que já tem sido ventilado pela companhia há pelo menos uns dois anos: o IPO.
Entretanto, para o CEO, não há pressa para esse movimento, já que o mercado ainda não está dos mais favoráveis para ofertas públicas na bolsa, uma postura semelhante a outra grande catarinense do setor de software que o Startups conversou recentemente, a Senior.
No fim do ano passado, inclusive, Eduardo comentou que o momento estava mais favorável para o Grupo Softplan buscar parceiros e investidores no mercado privado, do que se arriscar na bolsa. Pelo jeito, manter a cautela é a ordem do dia para a gigante catarinense, mas sem esquecer de ousar um pouco na hora de sair às compras.
“Seguiremos a nossa estratégia de crescimento inorgânico, estudando fortemente em aquisições que se conectem a nossa cultura e planejamento. Para o médio prazo, a nossa meta é continuar crescendo de forma sustentável, consolidando a liderança nos em que nossas unidades de negócio atuam, tanto no âmbito privado, quanto público”, finaliza o CEO.