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Conexa e Zenklub anunciam fusão de olho no breakeven

Negócio envolve troca de ações e tem cara de movimento de private equity já que ambas tinham como investidores gestoras do Pátria

Guilherme Weigert (à esq.) e Rui Brandão celebram o acordo
Guilherme Weigert, CEO da Conexa, e Rui Brandão, CEO da Zenklub. Crédito: divulgação

A Conexa, uma das maiores plataformas de telemedicina do país, anunciou fusão com a Zenklub, startup de serviços para saúde emocional. Segundo as empresas, a operação resultará na formação da maior empresa digital de saúde da América Latina.

Com o negócio, de valores não revelados, mas que envolve apenas troca de ações (com a Zenklub recebendo cotas da Conexa), a nova companhia começará com um caixa de R$ 200 milhões, o que segundo as healthtechs, a coloca em posição de bater a meta do breakeven ainda no começo de 2024.

Além disso, com mais porte, a nova companhia quer se colocar em uma posição privilegiada, tendo como investidores fundos de peso como Goldman Sachs, General Atlantic, Igah Ventures e Kamaroopin (ambas do Pátria Investimentos). A Conexa já tinha colocado os pés no mundo da saúde mental no começo de 2021 com a compra da Psicologia Viva.

Segundo o CEO da Conexa, Guilherme Weigert (na foto, à esquerda), a fusão é motivo de entusiasmo para a healthtech, empresa que já abrange cerca de 50% do total de vidas elegíveis do país em operadoras.  Atualmente, a Conexa realiza mensalmente cerca 400 mil consultas, sendo 180 mil delas voltadas para saúde mental. Com a união das duas empresas, o ecossistema Conexa terá mais de 800 clientes. A companhia estima ter mais de 50% de vidas da saúde suplementar do Brasil sob o seu guarda-chuva. A meta é realizar 800 mil consultas online por mês em medicina, psicologia e nutrição. 

“Levaremos para um mercado de saúde em crise, com inflação de custos de assistência médica e falta de coordenação de jornada de paciente, um player único que dá acesso a uma rede de especialistas e programas personalizados de qualidade para milhões de brasileiros em um só lugar”, afirmou em nota.

Por sua vez, a Zenklub também soma números respeitáveis, se firmando nos últimos anos como um dos principais players em saúde emocional no país, atendendo a mais de 500 empresas, tais como Volkswagen, Azul e RaiaDrogasil.

 “Nossa missão é melhorar a saúde de milhões de brasileiros, reconhecendo a importância de uma abordagem integrada de saúde para enfrentar os desafios atuais; unir forças com a Conexa acelera nosso progresso nessa missão”, comentou Rui Brandão (na foto, à direita), CEO da Zenklub.

Juntando as escovas

A união da Conexa e da Zenklub acontece em um momento em que o tema da saúde mental e emocional se consolida como um tema fundamental para pessoas e também empresas. Há 2 meses, a Zenklub tinha anunciado sua entrada no mundo corporativo com um investimento de R$ 30 milhões e acordos com Omint e Vivest.

O movimento depois de a Zenklub ter enxugado seu quadro. Em junho do ano passado, a companhia demitiu cerca de 40, em um movimento que ela afirmou ter sido feito para garantir a sustentabilidade e o crescimento do negócio. A healthtech levantou sua última rodada de investimento de US$ 45 milhões no começo de 2021 com SK Tarpon, GK Ventures, Indico e Kamaroopin e vinha enfrentando aperto no caixa, apurou o Startups.

Como cereja do bolo, o negócio tem toda a cara de manobra de private equity. Com Igah e Kamaroopin investindo em cada uma das empresas, faria mais sentido para o controlador das duas gestoras, o Pátria, juntar as duas operações. É a típica jogada de consolidação de um fundo desse tipo. O Startups também apurou que na rodada de 2021, os fundadores da Zenklub teriam se diluído muito além do que seria esperado para uma série A.

Questionada pelo Startups, a assessoria de imprensa da Conexa informou que as marcas Psicologia Viva e Zenklub serão mantidas debaixo do ecossistema da companhia.